
Os principais partidos da oposição na Itália exigiram que a primeira-ministra Giorgia Meloni responda ao Parlamento as declarações “difamatórias” do chefe da bancada dos Irmãos da Itália (FDI) na Câmara dos Deputados, Galeazzo Bignami, contra o presidente da República, Sergio Mattarella.
“Pedimos a Meloni que preste contas das palavras do líder de seu partido e que se distancie de declarações que possam gerar um conflito sem precedentes.
O principal partido majoritário está difamando o [Palácio do] Quirinale”, afirmou a deputada Vittoria Baldino, do Movimento 5 Estrelas (M5S).
A parlamentar Chiara Braga, do Partido Democrático (DEM), reforçou a solicitação, chamando as palavras de Bignami “de inaceitáveis”.
A tensão em Roma teve início hoje quando Bignami pediu à presidência que negue uma reportagem publicada pelo jornal La Verità, intitulada “O plano do Quirinale para barrar Meloni”, que teve como base declarações de Francesco Saverio Garofani, conselheiro-chefe de Mattarella.
Citando a mídia, Bignami afirmou que o Quirinale “aspiraria a iniciativas contra a premiê Giorgia Meloni e a centro-direita”, defendendo “a formação de coligações alternativas com a intenção declarada de impedir uma vitória da centro-direita e da primeira-ministra nas próximas eleições gerais”.
“Confiamos que tais reconstruções sejam desmentidas o quanto antes”, acrescentou o representante do FDI.
Em meio ao fogo criado com o Palácio Chigi, Bignami explicou, posteriormente, que “apenas pediu que Garofani” ou o Quirinale “desmintam” a notícia publicada.
Para apagar o incêndio, o subsecretário da presidência, Giovanbattista Fazzolari, esclareceu que “nem o partido FDI ou o Palácio Chigi jamais duvidaram da lealdade institucional do presidente Mattarella, com quem o governo sempre interagiu em espírito de completa colaboração”.
“De fato, Bignami nunca se referiu ao Quirinale nem se dirigiu ao chefe de Estado de forma desrespeitosa, limitando-se a observar que teria sido apropriado que o conselheiro Garofani negasse as declarações que lhe foram atribuídas pelo jornal La Verità”, falou Fazzolari, concluindo que “tal negação teria imediatamente sufocado qualquer controvérsia”.
Até o momento, Garofani não se manifestou sobre a reportagem.



