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Presidentes de Itália e França tentam debelar crise

Em meio à maior crise diplomática entre Itália e França desde a Segunda Guerra Mundial, os presidentes dos dois países, Sergio Mattarella e Emmanuel Macron, conversaram por telefone para tentar restabelecer o diálogo.

No último dia 7 de fevereiro, Paris convocou seu embaixador em Roma para consultas após o vice-primeiro-ministro italiano, Luigi Di Maio, ter se reunido com um representante dos “coletes amarelos” que defendera uma intervenção militar para derrubar Macron.

A convocação do representante francês na Itália não acontecia desde 1940, quando Mussolini declarou guerra ao país vizinho. “O presidente francês, Emmanuel Macron, conversou hoje por telefone com o chefe de Estado italiano, Sergio Mattarella, após a convocação para consultas do embaixador da França na Itália”, diz uma nota do Palácio do Eliseu.

“Os dois presidentes reafirmaram a importância de ambos os países da relação franco-italiana, alimentada por laços históricos, econômicos, culturais e humanos”, acrescenta o comunicado. Além disso, Mattarella e Macron reafirmaram que as duas nações “têm a responsabilidade de trabalhar juntas pelo relançamento da União Europeia”.

Mattarella, no entanto, não fala pelo governo italiano, de onde partiram os ataques contra Macron. Enquanto Di Maio acusou o mandatário francês de causar a crise migratória no Mediterrâneo por meio da exploração da África, o outro vice-primeiro-ministro, Matteo Salvini, já chamou Macron de “senhorzinho que se excede no champanhe”.

Entenda – A crise diplomática acontece no âmbito da crescente batalha retórica movida pela Itália, que busca criar um antagonismo com a França dentro da União Europeia, em vista das eleições para renovar o Parlamento do bloco, entre 23 e 26 de maio.

A expectativa de Salvini é capitanear um crescimento inédito de forças ultranacionalistas dentro da UE, aliando-se à francesa Marine Le Pen e a outros movimentos de extrema direita na Europa. Já Di Maio tenta costurar uma coalizão antissistema com os “coletes amarelos”.

Macron, por sua vez, acaba de assinar com a Alemanha um tratado de claro viés europeísta e depende de um bom desempenho de seu partido em maio para se fortalecer. Os embates dos últimos meses entre os dois países vão desde a crise migratória no Mediterrâneo e a disputa por influência na Líbia até batalhas comerciais envolvendo alguns de seus principais grupos industriais.

 

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