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Artigo de jornal alemão abre crise com governo italiano

Um artigo publicado no jornal alemão “Die Welt” abriu uma crise com o governo italiano e gerou duras críticas do ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi Di Maio.

A publicação fala sobre a atual reunião do Conselho Europeu – que começou há dois dias – que está estudando mais formas de ajudar os países afetados pela pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2). Entre as medidas debatidas, estaria a criação dos “coronabonds” ou “eurobonds”, títulos de dívida comum entre os países do bloco.

“Os países da União Europeia devem certamente ajudar-se na crise pelo coronavírus. Mas, sem nenhum limite? E sem nenhum controle? Na Itália, a máfia está só esperando uma nova chuva de dinheiro de Bruxelas”, diz o artigo chamado de “Merkel, não ceda”.

O texto segue dizendo que “a solidariedade é um importante valor europeu, mas também são a soberania nacional e a responsabilidade dos políticos de uma nação em relação a seus eleitores”. Segundo a publicação, aprovar os “coronabonds” seria “uma gigantesca perda de bilhões para os contribuintes alemães”.

Di Maio afirmou que a publicação faz uma afirmação “vergonhosa e inaceitável”. “Espero que o governo alemão tome distância disso. A Itália chora hoje as vítimas do coronavírus, mas também há dor e choro pelas vítimas da máfia. Não é para fazer polêmica, mas não aceito que, neste momento, façamos comparações desse tipo”, disse o ministro ao programa “Uno Mattina”, da RAI.

Conforme o líder da Farnesina, “é inaceitável que em um momento em que a Itália está pedindo o poder para gastar todo o dinheiro necessário para ajudar os próprios cidadãos, os próprios empresários, os trabalhadores, os desempregados, os jovens e os menos jovens, sejam feitas considerações do gênero”.

os líderes europeus tentam chegar em uma acordo sobre qual o mecanismo que será usado pelos países-membros para liberar mais dinheiro para gerenciar os efeitos da pandemia. No entanto, enquanto Itália, Espanha e França estão em um lado pedindo a criação dos títulos de dívida, Holanda e Alemanha estão do outro, defendendo o uso de mecanismo já tradicionais do bloco.

Até o momento, quatro dos cinco países que mais registram casos da Covid-19 são da União Europeia. A Espanha é o segundo em casos, com 152.446, seguida pela Itália (139.296) e Alemanha (113.296). Na quinta colocação, está a França (83.080).

No ranking de vítimas, no entanto, Itália, Espanha e França estão entre três das quatro nações que mais registram mortes com 17.669. 15.238 e 10.869, respectivamente. Entre eles, apenas os Estados Unidos, com 14.808.

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