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POLÍTICA: Presidente italiano Giorgio Napolitano comenta uma eventual antecipação das eleições

Giorgio NapolitanoO presidente da Itália, Giorgio Napolitano, recordou aos dirigentes políticos que falam de uma eventual antecipação das eleições para resolver a crise interna do governo de Silvio Berlusconi, que a dissolução do Parlamento é uma prerrogativa de seu cargo.

Em entrevista ao jornal L'Unità, o chefe de Estado disse que "seria bom que expoentes políticos de qualquer partido" não sugerissem um possível pleito "sem ter títulos, e de forma apressada e instrumental".

"Minhas responsabilidades institucionais entrarão em jogo só quando resultar no Parlamento que a maioria foi dissolvida e que portanto se abriu uma crise de governo. Neste caso, cumprirei todos os passos previstos pela Constituição e pela praze nela inspirada", acrescentou Napolitano.

O presidente falou do que classificou como "um sério conflito político dentro da coalizão vencedora das eleições de 2008", intensificado no final de julho com a cisão entre o premier e o presidente da Câmara dos Deputados, Gianfranco Fini, aliado histórico de Berlusconi e um dos fundadores do partido governista Povo da Liberdade (PDL). Fini foi retirado da agremiação e fundou o grupo Futuro e Liberdade para a Itália (FLI). 

Na semana passada, o primeiro-ministro passou por uma prova com a votação de uma moção de desconfiança no Congresso contra um dos membros de seu gabinete. O texto não foi aprovado, mas se tivesse sido poderia levar à antecipação das eleições, pois significaria a perda da maioria governista no Parlamento. 

Segundo anúncio recente de membros do PDL, Berlusconi pretendia se submeter a um voto de confiança do Legislativo em setembro – quando as atividades são retomadas na Itália, após a pausa do verão europeu – e um eventual resultado negativo levara à sua renúncia.

"Agora é hora de abaixar o tom, realizar um esforço de ponderação responsável entre as exigências da clareza política e a da manutenção da vida institucional", declarou Napolitano, manifestando sua inquietação pelas disputas políticas das últimas duas semanas e por suas implicações institucionais. 

O Chefe de Estado destacou a importância de manter a confiança no governo para consolidar e reforçar os "sinais recentes, positivos e encorajadores da retomada produtiva, de volta ao crescimento" mesmo em um quadro internacional "que continua crítico". 

Desse modo, Napolitano questionou "quais seriam as consequências para o país" se em vez de continuar a restabelecer os aspectos econômicos após a crise mundial "se andasse por um voto político e uma dificílima briga eleitoral". 

"Sempre acreditei que os embates políticos não devem comprometer inadequadamente a vida institucional. Por isso é preciso por um ponto final em uma  campanha gravemente desestabilizadora no plano institucional e que deslegitima o presidente de um ramo do Parlamento e a própria função que lhe cabe", continuou o presidente, aludindo aos que pedem a saída de Fini da titularidade da Câmara dos Deputados.

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