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Adeus, carimbos: Itália e toda a Europa adotam triagem digital nas fronteiras a partir de 2026

Assim que o período de transição terminar, em abril de 2026, viajar para a Itália – assim como para qualquer país do Espaço Schengen (zona europeia de livre circulação que permite viajar entre 29 países) – deixará definitivamente para trás o tradicional carimbo no passaporte. O controle de entrada e saída de visitantes será feito exclusivamente por meio do Sistema de Entrada e Saída (EES), que substitui a carimbagem manual por triagem digital e biométrica.

A mudança afeta diretamente turistas, estudantes e viajantes a negócios que não possuem cidadania europeia e entram na Itália para estadias curtas, de até 90 dias em um período de 180. O novo sistema representa um marco na política migratória da União Europeia e altera de forma concreta a experiência de chegada ao país.

O que muda para quem vai à Itália

A Itália está entre os países que lideram a implementação do EES. Aeroportos estratégicos como Fiumicino, em Roma, e Malpensa, em Milão, além dos portos de Gênova e Civitavecchia, já iniciaram a adaptação ao novo modelo, que será estendido a todas as fronteiras europeias até 10 de abril de 2026.

Na prática, quem desembarcar em território italiano não receberá mais carimbo no passaporte. Em seu lugar, o viajante será identificado por meio de impressões digitais, reconhecimento facial e leitura eletrônica do documento, com os dados registrados em um sistema informatizado comum a todos os países Schengen.

Mais controle, menos brechas

O EES se aplica a todos os cidadãos de fora da União Europeia que entram na Itália ou em outro país do bloco para estadias de curta duração. O sistema calcula automaticamente o tempo de permanência, reduzindo erros, abusos e situações irregulares que antes dependiam da leitura correta dos carimbos.

Para as autoridades italianas e europeias, o novo modelo fortalece o controle das fronteiras externas e amplia a capacidade de resposta a ameaças à segurança. Segundo o ministro da Migração da Dinamarca, Rasmus Stoklund, é essencial manter controles eficazes sobre a entrada de cidadãos de países terceiros para proteger o Espaço Schengen como um todo.

Privacidade e possíveis impactos na chegada

Os dados biométricos – impressões digitais, reconhecimento facial e, em alguns casos, leitura da íris – serão armazenados por até três anos pela agência europeia EU-LISA, responsável pela gestão dos grandes sistemas de TI da UE. Crianças com menos de 12 anos estão isentas desse registro.

Um dos principais desafios do novo sistema é o risco de filas nos aeroportos, especialmente nos primeiros meses. Para minimizar o impacto, a Itália instalou mais de 200 quiosques de autoatendimento no Aeroporto de Fiumicino e planeja ampliar a estrutura em Ciampino e outros pontos de entrada.

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