O presidente emérito do Pontifício Conselho de Justiça e Paz, cardeal Renato Raffaele Martino, alertou hoje no Vaticano, sobre a possibilidade de um aumento de ações terroristas e uma retomada da jihad, a "guerra santa" após a morte de Osama Bin Laden, causada pelas forças dos Estados Unidos. Martino destacou que existe um "temor de todos" sobre a possibilidade de novos ataques e convidou a intensificar "o diálogo e a cooperação com os países islâmicos.
Esta é a única receita". "O desejo é de que com o desaparecimento do líder [Osama Bin Laden], os seus seguidores não tenham coragem de reacender o fogo. Esperamos, então, que seja um capítulo encerrado. Infelizmente os fundamentalistas tendem a não deixar escapar certas oportunidades, e sempre serviram um péssimo serviço ao Islã", afirmou o cardeal que já ocupou vários cargos diplomáticos para o Vaticano, entre eles, por 16 anos, o de observador permanente nas Nações Unidas (ONU). "Nos 16 anos que passeis na ONU, sempre dialoguei com os representantes dos países islâmicos e sempre existiu uma relação maravilhosa", destacou Martino que recordou o forte incentivo do papa João Paulo II para o dialogo entre as religiões.
O padre fez suas declarações à margem de um congresso sobre o papa João Paulo II que foi beatificado no último domingo. O religioso já trabalhou nas nunciaturas do Brasil, da Nicarágua, Filipinas, Líbano e Canadá, foi também pró-núncio na Tailândia e delegado apostólico em Singapura, Malásia, Laos e Brunei. Além do Pontifício Conselho de Justiça e Paz, liderou o dicastero para os Migrantes.