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Após Câmara, Senado dá voto de confiança a premier da Itália

O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, recebeu o voto de confiança do Senado, um dia depois de também ter garantido o aval da Câmara dos Deputados para seu segundo governo.

O placar terminou com 169 votos a favor e 133 contra, além de cinco abstenções. O mínimo necessário para garantir maioria entre os senadores era 161. Com isso, Conte superou a última barreira necessária para governar com plenos poderes, agora liderando uma coalizão entre o populista Movimento 5 Estrelas (M5S) e o social-democrata Partido Democrático (PD).

Além de M5S e PD, o primeiro-ministro contou com os votos da aliança de esquerda Livres e Iguais (LeU) e de parlamentares do chamado “grupo misto”, que reúne independentes ou representantes de siglas menores.

“Agora inicia o grande desafio. Juntos vamos mudar a Itália”, comemorou o líder do PD e governador do Lazio, Nicola Zingaretti. O partido de centro-esquerda entrou no governo nacional após o desembarque da ultranacionalista Liga, de Matteo Salvini, que tentou derrubar Conte para forçar a antecipação de eleições – o agora ex-ministro do Interior apostava em uma vitória esmagadora nas urnas para ascender ao cargo de premier.

Juntos no governo, M5S e PD terão de deixar para trás um histórico de troca de ofensas e acusações que fez de um partido o maior inimigo do outro.

Ao longo dos últimos anos, as duas legendas mostraram posições aparentemente inconciliáveis em temas como União Europeia, política externa e realização de grandes obras. Além disso, líderes dos dois partidos afirmaram inúmeras vezes que nunca fariam uma aliança entre PD e M5S.

As legendas chegaram a conversar após as eleições de 2018, mas a forte oposição do PD, especialmente por parte de figuras como os ex-primeiros-ministros Matteo Renzi e Paolo Gentiloni, e a maior afinidade ideológica do líder do M5S, Luigi Di Maio, com a Liga acabaram impedindo qualquer chance de acordo.

O partido antissistema, no entanto, não tem um desenho ideológico claro e também conta com alas mais próximas à esquerda, especialmente aquela encabeçada pelo presidente da Câmara, Roberto Fico.

Programa – Conte apresentou um programa de governo mais pró-Europa e defendeu o uso “responsável” das redes sociais e de uma linguagem “sóbria”, em clara referência ao estilo histriônico de Salvini.

O premier prometeu reduzir impostos e aumentar os investimentos em fontes renováveis de energia, com uma revisão “inexorável” do sistema de concessões para perfurações de petróleo no mar.

Além disso, defendeu reescrever os decretos de Salvini que restringiram a concessão de estadia por motivos humanitários e permitiram a apreensão de navios de ONGs que resgatam migrantes no Mediterrâneo.

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