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“Armocromia”: Enciclopédia italiana destaca palavras do ano passado

O “Livro do Ano” de 2023 da enciclopédia Treccani foi publicado na Itália, com um guia crítico e comentado dos últimos 12 meses.

A seção de neologismos do ano traz termos como “armocromia” (análise de coloração pessoal) a “underdog” (azarão), passando por “família queer” (fora de padrões de gênero e sexualidade) e “eco-talibã” (ativista radical do clima).

Já o personagem do ano foi o presidente do país, Sergio Mattarella. O livro busca reconstruir, com precisão científica, 365 dias de fatos, com artigos e análises assinados por colaboradores, com 12 capas dedicadas aos episódios mais relevantes.

A ferramenta, na opinião do presidente do Instituto da Enciclopédia Italiana, Franco Gallo, é capaz de analisar de todos os pontos de vista, de maneira incisiva, sobre a “energia implacável que move a história”. A edição extraordinária também celebra o centenário do escritor italiano Italo Calvino.

“Um saber certificado e de qualidade, que há anos nos conecta aos leitores, que oferece um mapa ainda mais aprofundado e detalhado do que está acontecendo”, destacou Gallo.

“No final de um ano terrível, vivido perigosamente à beira de uma guerra mundial, foi preciso algo mais do que um relatório simples e pontual do incidente”, disse o coordenador do projeto, Marcello Sorgi, destacando o envolvimento de escritores, cientistas, juristas, médicos, historiadores, economistas e jornalistas para refletir sobre os fatos.

A narrativa tormentosa começa na passagem do silêncio das cidades agredidas pela pandemia à conflagração da guerra após a agressão russa pela Ucrânia, passando pelos horrores do ataque do Hamas a Israel e a respectiva reação, a violação dos direitos humanos, as mudanças climáticas que tiraram de casa 43 milhões de crianças em 44 países, o boom da imigração clandestina e “a queda dos nascimentos, que está transformando a Itália em um estranho país lotado de adultos e idosos”, lembrou Sorgi.

Mas o livro também registra os aniversários, efemérides e outros fatos marcantes da história, como os 75 anos da Constituição da Itália, a vitória da direita após anos de oposição e a ascensão da primeira mulher primeira-ministra do país, além dos 80 anos do fim do fascismo em 1943.

Ainda são lembradas as figuras mais marcantes, como o ex-presidente falecido Giorgio Napolitano, a cientista Katalin Karikó que estudou o RNA mensageiro e facilitou o desenvolvimento da vacina contra a Covid-19, e a ativista iraniana Narges Mohammadi, condenada a 31 anos de prisão. Com mais de 580 páginas, o livro já está à venda nas livrarias italianas. .

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