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Morre na prisão um dos ex-líderes de clã mafioso da Camorra

Morreu aos 49 anos, Cosimo Di Lauro, um dos ex-líderes de um clã mafioso da Camorra, informaram as autoridades italianas.

O criminoso estava preso desde 2005 no centro de detenção Opera, em Milão, por ligação com a máfia e homicídios, e as causas da morte serão informadas após perícia.

Cosimo era filho de Paolo Di Lauro, chefe do clã de uma célula homônima da organização Secondigliano, e irmão de Marco, também preso desde 2019 depois de 13 anos de fuga. Os dois e mais um irmão, Ciro, preso neste ano após 15 anos de fuga, comandavam o clã após a prisão do pai.

Os três lideraram o que ficou conhecido como a “Primeira Rivalidade de Scampia”, um disputa de poder entre clãs da Camorra em Nápoles que deixou centenas de mortos. Os irmãos foram condenados juntos por um duplo homicídio, de Domenico Riccio e Salvatore Gagliardi, em 21 de novembro de 2004.

Uma das testemunhas que ajudaram na identificação das responsabilidades dos três foi Salvatore Tamburrino, que fazia parte do clã Paolo Di Lauro, e que foi preso após assassinar a esposa. Para ter benefícios com a Justiça, o italiano contou detalhes sobre a atuação e indicou o local onde Marco estava escondido para os policiais – sendo o mafioso preso no mesmo dia do relato.

Sobre os assassinatos de Riccio e Gagliardi, Tamburrino disse aos promotores que “Cosimo não lamentou o jeito que ambos foram mortos, que acabaram sendo assassinados por outra pessoas, porque era o período em que quanto mais pessoas fossem mortas, mais Cosimo estava feliz”.

Cosimo ainda foi condenado à prisão perpétua pelo assassinato de Massimo Marino, primo de outro chefe mafioso que atuava no mesmo clã que ele, Gennaro Marino, apontado como “traidor”; teve outras três penas do tipo pelas mortes de Raffaele Duro, Salvatore Panico e Federico Bizarro; respondia a um processo por ordenar a morte de Carmine Attrice (que tinha audiência marcada para o próximo dia 21); e era investigado por coparticipação em outros crimes.

A defesa, porém, alegava desde 2007 que o mafioso tinha problemas mentais e que precisava de tratamento diferenciado na prisão. Segundo os advogados, seu estado mental “era confuso” e a situação piorou tanto que eles não conseguiam mais sequer conversar com o cliente.

A fama de Cosimo era tão grande que inspirou o personagem Genny Savastano na famosa série televisiva “Gomorra”. Um dos episódios retratados na série mostra a prisão do mafioso, inspirada no que ocorreu na vida real.

Diferentemente do pai, que buscava ser o menos notado possível, Cosimo foi preso com um casaco de pele chamativo, os cabelos longos amarrados e o jovem não parou de encarar os fotógrafos e cinegrafistas que cobriam a detenção.

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