
Após nove anos após o devastador terremoto de 30 de outubro de 2016, Norcia celebra o renascimento de seu símbolo mais querido: a Basílica de San Benedetto.
A igreja foi oficialmente devolvida à diocese, marcando o fim de um longo e complexo processo de restauração.
Na Piazza San Benedetto, onde por anos as cicatrizes do sismo permaneceram visíveis, a emoção tomou conta da população.
Centenas de pessoas se reuniram para admirar a fachada completamente restaurada — um sinal concreto de renascimento não apenas para Norcia, mas para toda a região da Valnerina.
As comemorações vão continuar nesta sexta-feira (31), com uma missa solene celebrada no interior da basílica reconstruída. Este será o ponto culminante de um processo que envolveu engenheiros, restauradores e artesãos, todos mobilizados para devolver à comunidade um de seus maiores patrimônios históricos e espirituais.
“Se pensarmos em como estava após o desabamento, era um monte de entulho, que foi todo reutilizado, restaurando a estrutura à sua antiga glória e tornando-a ainda mais segura e digna de sua história”, afirmou à agência Ansa Paolo Iannelli, ex-superintendente especial para as áreas atingidas pelo terremoto e agora coordenador dos trabalhos de restauração na basílica.
A igreja, construída sobre as ruínas do local de nascimento de São Bento e de sua irmã, Santa Escolástica, foi quase totalmente destruída pelo colapso da torre sineira em 2016. Apenas a fachada e parte das paredes resistiram.
Segundo a Comissão de Reconstrução e a Arquidiocese de Spoleto-Norcia, cerca de 80% do monumento havia sido perdido.
O local foi preservado graças ao empenho dos bombeiros, que nos dias seguintes ao tremor “trabalharam incansavelmente” para garantir a segurança da estrutura, criando uma complexa rede de suporte para evitar o desabamento da fachada.
A intervenção representou uma das operações mais delicadas e significativas realizadas no contexto da proteção do patrimônio artístico danificado pelo terremoto.
As obras de reconstrução começaram em 16 de dezembro de 2021 e, em menos de quatro anos, a basílica foi reerguida com rigor técnico e respeito histórico.
Cada tijolo e pedra originais foi catalogado, recuperado e recolocado em seu lugar, combinando a tradição artesanal com as mais modernas tecnologias de reforço sísmico.
O projeto de reconstrução foi financiado com recursos disponibilizados pela Comissão de Reconstrução Pós-Terremoto de 2016, pela região da Úmbria e pela petroleira ENI, um total aproximado de 15 milhões de euros.
O Ministério da Cultura da Itália, em conjunto com a Superintendência Especial para o Terremoto de 2016, supervisionou o projeto, juntamente com a Superintendência Úmbria de Arqueologia, Belas Artes e Paisagismo.
 
				


