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Beppe Grillo, líder do maior partido de oposição da Itália é condenado por difamação

O líder do Movimento 5 Estrelas (M5S), principal partido de oposição italiano, Beppe Grillo, foi condenado a um ano de prisão por ter difamado um professor da Universidade de Modena.

Além disso, o cômico também deverá pagar uma multa de 1.250 euros à Justiça e uma indenização de 50 mil à parte ofendida. No entanto, a sentença de reclusão foi suspensa por um mecanismo da legislação italiana que mantém fora da cadeia por cinco anos uma pessoa condenada a menos de dois em regime fechado caso ela não cometa outro delito semelhante nesse período.

O episódio ocorreu em 2011, em meio à campanha para o referendo que propunha a revogação de normas que permitiam a produção de energia nuclear na Itália – a consulta teve vitória do "Sim", com 94,05% dos votos.

Em um comício de maio daquele ano, Grillo criticou duramente uma participação do professor Franco Battaglia, do departamento de engenharia da Universidade de Modena, em um talk show da emissora estatal "Rai" em favor das usinas nucleares.

"Não podemos permitir que um engenheiro de materiais, nem mesmo um nuclear – e falo de Battaglia, que é consultor de multinacionais -, vá à televisão e diga com indiferença que ninguém morreu em Chernobyl [Ucrânia]. Eu chuto sua bunda, tiro você da televisão, te denuncio e te coloco atrás das grades", afirmou Grillo na ocasião.

Após tomar conhecimento da sentença, o líder do M5S se comparou ao ex-presidente sul-africano Nelson Mandela – preso por seu combate ao Apartheid – e ao ex-chefe de Estado da Itália Sandro Pertini, detido durante o regime fascista de Benito Mussolini.

"Se Pertini e Mandela acabaram na prisão, também pode acontecer comigo, ainda que seja por uma causa justa e que foi apoiada pela esmagadora maioria dos italianos", escreveu o cômico em seu blog. A defesa deve entrar com recurso assim que forem divulgadas as motivações dos juízes.

"Espero que essa sentença sirva para Grillo entender que ele deve parar de difamar gente respeitável", afirmou Battaglia. 

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