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Berlusconi critica pedido da União Européia de esclarecimento por repatriação

O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, expressou forte reprovação ao pedido de esclarecimento feito pela União Europeia (UE) sobre a política de imigração de seu governo.

O premier chegou a sugerir que a Itália bloqueie o funcionamento da UE. "Não é verdade que a UE tenha convocado a Itália sobre o tema da imigração. Está sendo feito um uso instrumental das expressões de um porta-voz", disse Berlusconi à imprensa em Gdansk, na Polônia, onde participou da cerimônia em memória dos 70 anos do início da Segunda Guerra Mundial.

 

Dennis Abbot, um dos porta-vozes da Comissão Europeia, disse que o executivo da UE pedirá esclarecimentos à Itália e a Malta sobre a repatriação de 75 imigrantes vindos da Líbia que tiveram sua embarcação interceptada 24 milhas ao sul de Capo Passera, na Sicília. 
 

Abbot esclareceu que isto não significa que a Comissão Europeia esteja "acusando" países como Itália, Malta, Espanha e Grécia, que estão "na linha de frente" da luta contra a imigração ilegal. Ele lembrou, contudo, que "todo ser humano tem o direito de pedir proteção internacional e status de refugiado". 

 

Berlusconi reagiu, anunciando que levará "o problema à mesa no próximo Conselho de Chefes de Estado e Governo" do bloco. 

"Minha posição será decidida e precisa: não daremos mais nosso voto se não for definido que nenhum comissário e nenhum porta-voz de comissário possa intervir publicamente sobre algum tema", advertiu o primeiro-ministro. 

 

Berlusconi ainda foi além. "Pedirei que os comissários e porta-vozes de comissários que continuam com este tipo de atitude sejam despedidos de maneira definitiva. Esta é uma coisa que não se pode aceitar, porque se dá armas à oposição de todos os países", ressaltou o premier. 

Por sua vez, Abbot se disse "muito surpreso" com as declarações de Berlusconi. "Há dias repetimos que a Comissão não está criticando nenhum Estado da UE sobre a gestão da imigração", advertiu o porta-voz. 

 

Segundo ele, o pedido de "informações à Itália e a Malta faz parte de um procedimento normal", que parte do fato de que "a Comissão quer apoiar a Itália e todos os Estados da UE submetidos a pressões migratórias". 

No mesmo tom, Johannes Laitenberger, porta-voz do presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, e chefe do serviço de informação pública do Executivo da UE, destacou que "se pedimos informações isto não representa uma crítica". 

 

"Não vemos nenhum motivo para entrar em polêmica. Nós nos concentramos na substância", minimizou o porta-voz. "Com a Itália e com todos os outros Estados da UE há trabalho a fazer e é o que queremos fazer", disse. 
 

Fontes do governo italiano expressaram, em seguida, sua satisfação pelas declarações de Laitenberger, principalmente por seu esclarecimento de que "a Itália nunca foi criticada".

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