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Brasil pode liderar dados sustentáveis, diz o italiano Alessandro Lombardi

O presidente e fundador da Elea Data Centers, o italiano Alessandro Lombardi, acredita que o Brasil tem todos os elementos para se tornar uma potência global em soberania digital, desde que sejam superados os entraves regulatórios e tributários que hoje dificultam o avanço da infraestrutura de dados no país.

“Temos matriz energética limpa, posição geográfica estratégica e internet de alta qualidade. Está nas nossas mãos transformar essas vantagens em liderança global”, afirmou o executivo italiano durante o CPDP Latam, evento internacional sobre privacidade e proteção de dados.

Lombardi, que há mais de duas décadas atua no setor de infraestrutura digital, chamou atenção para o fato de que 65% dos dados brasileiros ainda são armazenados fora do país, principalmente nos Estados Unidos.

Entre os desafios para aumentar a atratividade do Brasil, estão o alto custo de importação de equipamentos tecnológicos e a ausência de uma política industrial voltada ao setor, mas a disponibilidade de uma matriz energética 90% limpa, com excedente de energia renovável e capacidade técnica já instalada, pode impulsionar os data centers no país.

“O Brasil joga fora, diariamente, energia suficiente para abastecer dezenas de data centers. Com ajustes regulatórios e tributários, poderíamos armazenar nossos próprios dados aqui, com menor impacto ambiental e mais controle estratégico”, afirmou o presidente da Elea.

A empresa tem assumido papel de protagonismo nesse esforço, com foco em eficiência energética, uso de tecnologias limpas e parcerias com atores locais para formação de talentos e inovação.

“Estamos comprometidos com uma infraestrutura de dados não só robusta, mas sustentável e conectada com os desafios climáticos e sociais do nosso tempo. Para reforçar este compromisso, os relatórios de sustentabilidade da empresa são disponibilizados no nosso site de maneira periódica e transparente”, reforçou Lombardi.

Ao lado de representantes do setor público, da academia e de organizações internacionais, o executivo defendeu no CPDP Latam uma agenda colaborativa para impulsionar a soberania digital latino-americana, processo que passa pela revisão de tarifas de importação, pelo estímulo à produção local de hardware, por marcos regulatórios modernos e previsíveis e pelo incentivo à adoção de tecnologias verdes.

“O Brasil não precisa apenas de leis. Precisa de visão de futuro. Temos todos os ingredientes. Agora falta a coordenação estratégica para colocar o país no centro do mapa digital global”, concluiu. 

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