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Político acusa museu de “racismo contra italianos e cristãos”

O vice-secretário do partido Liga, Andrea Crippa, causou controvérsia no mundo político da Itália, ao pedir a demissão do diretor do Museu de Antiguidades Egípcias de Turim. A instituição é a maior do tipo fora do Egito.

Isso porque a instituição dá desconto nos ingressos para cidadãos muçulmanos, prática que Crippa diz considerar “ideológica e racista contra os italianos e cidadãos de religião cristã”.

“Christian Greco, diretor do Museu Egípcio de Turim, faça um gesto de dignidade e se demita. Faremos de tudo para removê-lo e pedimos ao ministro da Cultura [Gennaro] Sangiuliano que o remova se ele não se demitir”, disse Crippa, em entrevista a Affaritaliani.it.

“Alguns anos atrás, Greco decidiu um desconto só para cidadãos muçulmanos e eu pedi aos cidadãos que protestassem inundando a central telefônica com ligações. Ele me denunciou, fui condenado em primeiro grau e absolvido em segundo, vencendo a causa”, relatou.

O dirigente partidário classificou o chefe do museu como “um diretor de esquerda”: “Deu desconto só para os muçulmanos e nunca para quem professa outras religiões. Deve ser retirado imediatamente”.

Procurada pela agência Ansa, a diretora da instituição, Evelina Christillin, respondeu: “Em pleno respeito a todas as opiniões políticas e do trabalho preciso e profissional dos veículos de imprensa, queremos pedir, com tranquilidade e educação, que possamos continuar nossa atividade com esforço e em silêncio”.

“Nos espera um ano muito intenso para celebrar, em 2024, o bicentenário do Museu Egípcio, excelência italiano no mundo. E queremos fazê-lo com consciência e rigor, como homens e mulheres de cultura. Qualquer discussão que saia desse âmbito não é e não deve ser de nossa competência”, completou.

O ataque frontal de Andrea Crippa surpreendeu até mesmo dentro de seu partido, mas não é a primeira polêmica envolvendo Christian Greco.

Em 2018, o diretor ofereceu um ingresso de brinde para casais árabes, e a hoje primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, já então líder do partido Irmãos da Itália (FdI), definiu a ação como “uma iniciativa idiota”, contestando “o desconto com base étnica”.

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