A Itália pode recuperar o comando da missão dos capacetes azuis no Líbano, passando a administrar a delicada trégua entre o grupo xiita Hezbollah e Israel no território.
Um cenário que não é totalmente novo, mas que desta vez se tornaria realidade depois de mais de um ano de um dos mais duros conflitos entre o movimento e as Forças de Defesa de Israel (IDF).
Apesar das inúmeras incógnitas, é certo que uma possível mudança poderá ocorrer a partir de março, com o fim do mandato do atual comandante da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil): o espanhol Aroldo Lázaro Sáenz. Em 2022, o militar assumiu o cargo de líder do grupo, que desde 2007 viu a Itália comandar as forças de manutenção da paz em quatro oportunidades.
Entre os nomes que surgiram para assumir o posto estavam o do general Dino Abagnara, ex-comandante da brigada Garibaldi, já a serviço dos soldados da ONU. No entanto, esta não é a única evolução da situação.
Várias vezes no passado, o ministro da Defesa da Itália, Guido Crosetto, levantou a hipótese de uma reserva de soldados italianos para o Líbano pronta para reforçar os militares da Unifil, com o objetivo de garantir a segurança das patrulhas e, em geral, prestar apoio ao contingente caso a situação volte a piorar.
No entanto, ainda nada foi decidido e, em qualquer caso, estas seriam decisões que terão de ser examinadas pelo Conselho de Segurança da ONU, onde novas regras de envolvimento para as forças de manutenção da paz também poderão ser novamente discutidas.
A decisão de introduzir o acesso a espaços privados, a utilização de drones e visualizadores com laser noturnos poderia vir do Palácio de Vidro. Isso representaria maior liberdade de movimento, além disso, equipamentos diferenciados permitiriam os capacetes azuis, por exemplo, identificarem de forma mais eficaz o Hezbollah, também como um elemento dissuasor, evitando assim a escalada das invasões israelenses.
Na frente da Cisjordânia, os carabineiros já estão ocupados com 10 homens em Jericó, para a reabertura da missão de formação das forças policiais palestinas. Tudo em vista da desejada paz na Faixa de Gaza, onde os militares italianos poderão desempenhar um papel de liderança durante uma futura fase de reconstrução do território.
A missão Miadit, iniciada em 2014, já permitiu ao longo do tempo educar, formar e especializar cerca de cinco mil membros da força policial palestina em temas como técnicas policiais, gestão da ordem pública, investigação técnica, proteção do patrimônio cultural.
As atividades foram interrompidas uma semana após o ataque de 7 de outubro do ano passado devido à deterioração das condições de segurança. Contudo, o pedido dos Estados Unidos à Itália para o regresso de 200 soldados, feito diretamente pelo secretário de Estado do país, Antony Blinken, poderá ser concretizado em breve.