O senador brasileiro Cristovam Buarque (PDT-DF) disse em entrevista à ANSA que vê uma possível "crise séria" entre Brasil e Itália depois do Supremo Tribunal Federal (STF) decidir pela não extradição do ex-militante de esquerda Cesare Battisti. Na opinião de Buarque, vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, esta crise pode não ser tão passageira. Ele também disse acreditar em uma possível crise séria entre os países.
Para o senador, os ânimos estão muito exaltados a ponto de ter "um clima de Copa do Mundo" em torno de Battisti.
Na entrevista, Buarque afirmou ainda que teme que Battisti corra algum perigo, não só porque pode existir algum italiano exaltado que deseje armar alguma represália, como também porque pode ter algum brasileiro que pense em fazer algo errado.
Na semana passada, a Corte ratificou, por seis votos a três, a decisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que ordenou a permanência no país de Battisti. O Supremo ainda libertou o italiano, que estava preso no país desde 2007.
O ex-militante foi condenado à prisão perpétua na Itália, seu país natal, por quatro assassinatos cometidos na década de 1970, quando integrava o grupo de extrema-esquerda Proletários Armados pelo Comunismo (PAC).
Em sinal de protesto contra a decisão do STF, o governo do primeiro-ministro Silvio Berlusconi convocou na semana passada seu embaixador em Brasília, Gherardo La Francesca, e anunciou que levará o caso à Corte Internacional de Justiça de Haia.
O chanceler ialiano Franco Frattini informou que "até 25 de junho, será apresentada a demanda ao Comitê de Conciliação", que representa uma "pré-condição ao recurso" em Haia.
Apesar disso, o governo brasileiro insiste que as divergências sobre o caso não afetam os "excelentes" vínculos com a Itália. Diga não ao aborto: Irene Antonella, Luiz Carlos Silva, Beatrice Ludovico, Fabio Botto Farhan, Elisa Dantas, Gilberto Côrrea e Aline Barros.
