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Caso de corrupção na Itália envolve hospital em Goiás

O conselheiro regional da Lombardia Fabio Rizzi, preso sob a acusação de formação de quadrilha e corrupção, esperava ganhar milhões de euros com a construção de um hospital pediátrico em Goiânia (GO).

 

Interceptações telefônicas conduzidas pela Procuradoria de Monza mostram o conselheiro (cargo semelhante ao dos deputados estaduais brasileiros) dizendo que embolsa 8 mil euros por mês em um esquema de propinas, dos quais 1,5 mil são repassados ao seu partido, a extremista Liga Norte, e outros 5 mil vão para o pagamento de um financiamento imobiliário.

 

Para quitar essa hipoteca, Rizzi contava com a realização de um centro de saúde na capital de Goiás, que seria fruto de uma parceria entre o governo local e a região da Lombardia e teria os mesmos moldes do Hospital das Crianças Vittore Buzzi, em Milão. Em uma conversa por telefone com sua namorada, ele diz: "Do hospital pediátrico, isto é, do hospital no Brasil, pode surgir um par de milhões de euros".

 

Em seguida, o conselheiro acrescenta: "Temos duas ou três grandes operações em jogo". Sua companheira, que também foi presa, pergunta o "quão grandes" seriam esses negócios, e o político responde: "Alguns milhões de euros". O dinheiro seria dividido entre três pessoas – que ele não cita – e também teria como origem uma negociação de compra de açúcar na Rússia.

 

Rizzi é um dos conselheiros mais próximos do governador da Lombardia, Roberto Maroni, um dos expoentes da Liga Norte, partido de extrema-direita conhecido por suas posições xenófobas. A operação que o levou a cadeia com sua namorada se chama "Smile" ("Sorriso", em português) e também prendeu outras 19 pessoas.

 

O inquérito investiga uma série de denúncias de corrupção no setor sanitário. Rizzi preside a Comissão de Saúde do Conselho Regional da Lombardia e já foi senador da República. Segundo a Promotoria de Roma, alguns empreendedores teriam dado propinas a funcionários públicos, entre os quais o conselheiro, para obter contratos para a gestão de serviços odontológicos em hospitais lombardos.

 

A polícia de Milão chegou a encontrar 15 mil euros em espécie na casa de Rizzi, que prometeu se defender de todas as acusações. "Quero esclarecer tudo o quanto antes", disse ele, por meio de sua advogada, Monica Alberti. De acordo com as investigações, o conselheiro pretendia fazer a Lombardia e Goiás firmarem um contrato para a construção de um hospital infantil em Goiânia, usando sua influência para entregar o projeto a empresas italianas em troca de propinas.

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