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Caso Stefano Cucchi: Absolvição coloca justiça italiana em xeque

A recente absolvição dos acusados pela morte de Stefano Cucchi, geômetra italiano de 31 anos que faleceu em outubro de 2009 enquanto estava sob custódia da Polícia, tem levantado uma série de questionamentos sobre a atuação da Justiça do país.

A vítima havia sido presa por porte de drogas uma semana antes de morrer. Na época, ele pesava 43 kg e tinha 1,76 metro de altura, o que indicava um estado de desnutrição. Com o passar dos dias, Cucchi foi ficando cada vez mais enfraquecido e uma série de hematomas apareceram pelo seu corpo, inclusive na região dos olhos.

Após ter recusado uma internação em um hospital de Roma, o acusado continuou piorando, até que faleceu em 22 de outubro de 2009 no centro de saúde Sandro Pertini, também na capital italiana. Quando morreu, Cucchi tinha apenas 37 kg. Durante todo esse período, a família tentou ter acesso a ele para ver de perto sua condição física, mas sem sucesso.

Os parentes acusaram agentes penitenciários de provocar as feridas na vítima, enquanto eles diziam que Cucchi perdeu a vida devido ao abuso de drogas, a problemas de saúde pregressos ou ao fato de ter recusado a primeira internação. Para refutar essas teses, a família divulgou fotos tiradas no obituário que mostram traumas visíveis no corpo do homem e um evidente estado de desnutrição.

Em 5 de junho de 2013, quatro médicos do hospital Sandro Pertini foram condenados a um ano e quatro meses de prisão por homicídio culposo, acusados de terem deixado o geômetra morrer de fome. No entanto, seis enfermeiros e agentes penitenciários foram absolvidos.

Contudo, na última sexta-feira (31), a Corte de Apelação de Roma livrou todos os réus, incluindo os médicos, usando a justificativa da falta de provas. A decisão provocou uma revolta imediata na Itália, principalmente por parte dos familiares.

O procurador-chefe da capital italiana, Giuseppe Pignatone, se encontrou com os parentes e prometeu reler todos os autos para tentar reabrir as investigações e identificar os culpados.

"O procurador se empenhou em rever todos os autos, desde o início. Espero que Stefano, morto por injustiça, tenha justiça", disse a irmã da vítima, Ilaria Cucchi.

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