O Brasil ganhou na manhã deste último sábado (22) um novo cardeal da Igreja Católica. Em um consistório realizado na Basílica de São Pedro, no Vaticano, que contou com as presenças da presidente Dilma Rousseff e do papa emérito Bento XVI, o arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, foi nomeado oficialmente para o cargo pelo papa Francisco.
Assim como outros 17 religiosos, ele recebeu de joelhos das mãos do Pontífice o barrete (chapéu vermelho usado pelos cardeais), além de um anel. "A Igreja precisa de vocês, da sua colaboração e da sua coragem, para anunciar o Evangelho em cada ocasião oportuna e não oportuna. A Igreja precisa das suas orações e da sua compaixão nesse momento de dor e sofrimento em tantos países do mundo", afirmou Francisco.
Responsável pela organização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) do Rio de Janeiro no ano passado, Dom Orani tornou-se o 10º cardeal brasileiro, dos quais quatro podem votar em um eventual conclave. Cada um dos 19 membros do clero nomeados neste sábado pelo Papa também recebeu o título de uma igreja de Roma. No caso do arcebispo da capital fluminense, a escolhida foi a Igreja de Santa Maria Mãe da Providência, que ganhará seu brasão e sua foto.
Mas a grande surpresa da cerimônia foi a presença de Bento XVI. Esse foi o primeiro evento público que contou com a presença dos dois papas. Logo após entrar no templo, Francisco dirigiu-se a Joseph Ratzinger e deu um abraço no seu antecessor. No final do ritual, eles se cumprimentaram com um aperto de mão.
Diversidade
Dos 19 cardeais nomeados pelo Papa, 16 possuem menos de 80 anos e poderiam votar em um eventual conclave. Entre esses, o Pontífice procurou atender a quase todos os continentes, com seis nomeações na América, duas na África e outras duas na Ásia, e países mais pobres, como Haiti, Burkina Fasso, Filipinas e Costa do Marfim. A lista ainda inclui o secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, e Mario Aurelio Poli, sucessor de Jorge Mario Bergoglio como arcebispo de Buenos. Aires. No consistório, apenas o arcebispo de Mesembria (Itália), Loris Francesco Capovilla, não esteve presente.
O colégio cardinalício conta agora com 218 componentes, sendo 122 "eleitores" e 96 com mais de 80 anos. "A Igreja precisa de nós, de modo que sejamos homens da paz e façamos a paz por meio das nossas obras, desejos e orações: fazer a paz, artesãos da paz", declarou Francisco, para quem é preciso promover a reconciliação entre os povos em um tempo em que as pessoas sofrem com a violência, a exclusão e as guerras.
Confira abaixo a lista dos 19 novos cardeais da Igreja Católica:
– Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano
– Lorenzo Baldisseri, arcebispo de Diocleziana (Itália) e secretário-geral do Sínodo dos Bispos
– Gerhard Ludwig Müller, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé
– Beniamino Stella, prefeito da Congregação para o Clero
– Vincent Nichols, arcebispo de Westminster (Reino Unido)
– Leopoldo José Brenes Solórzano, arcebispo de Manágua (Nicarágua)
– Gérard Lacroix, arcebispo de Québeq (Canadá)
– Jean-Pierre Kutwa, arcebispo de Abidjan (Costa do Marfim)
– Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro
– Gualtiero Bassetti, arcebispo de Perugia (Itália)
– Mario Aurelio Poli, arcebispo de Buenos Aires (Argentina)
– Andrew Yeom Soo-jung, arcebispo de Seul (Coreia do Sul)
– Ricardo Ezzati Andrello, aecebispo de Santiago (Chile)
– Philippe Ouédraogo, arcebispo de Uagadugu (Burkina Fasso)
– Orlando Quevedo, arcebispo de Cotabato (Filipinas)
– Chibly Langlois, arcebispo de Les Cayes (Haiti)
Não-eleitores:
– Loris Capovilla, arcebispo de Mesembria (Itália)
– Fernando Sebastián Aguilar, arcebispo emérito de Pamplona (Espanha)
– Kelvin Edward Felix, arcebispo emérito de Castries (Santa Lúcia)
