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Para Itália, intervenção na Líbia evita “banho de sangue”

O ministro italiano das Relações Exteriores, Franco Frattini, afirmou hoje que a intervenção internacional na Líbia "evitou um banho de sangue".

O chanceler se reuniu, em Roma, com o líder do Conselho Nacional de Transição líbio (CNT), Mustafá Abdel Jalil, quem também foi recebido pelo presidente Giorgio Napolitano.

"O presidente Jalil fala em 12 mil mortos na Líbia, vítimas de um regime sanguinário, e em outros 50 ou 55 mil feridos", contabilizou Frattini, referindo-se às vítimas dos bombardeios realizados pelas tropas do ditador Muammar Kadafi.

"Toda a comunidade internacional está trabalhando para uma solução que não prevê Kadafi no comando, mas que prevê sua saída de cena", garantiu o diplomata italiano.

Frattini, no entanto, disse que, se Kadafi ou qualquer um de seus aliados correrem risco de vida, "serão ajudados, como aconteceria com qualquer outro líbio".

Jalil, por sua vez, destacou o apoio da Itália, que no início do mês reconheceu o CNT como "o único interlocutor legítimo" do país para questões de assuntos bilaterais e internacionais.

Segundo o representante do CNT, os rebeldes líbios têm como prioridade consolidar relações com Itália, França e Catar.

"Cooperação e amizade são oferecidas, em primeiro lugar, para Itália, França e Catar, e depois para Grã-Bretanha e Estados Unidos, e ainda depois para os outros países", disse Jalil, em uma coletiva de imprensa. Itália e França, no entanto, passam por um momento de tensão devido às medidas adotadas por Roma para resolver a emergência imigratória causada pelo alto número de cidadãos de países do norte da África, como Tunísia, Líbia e Egito, que fogem devido aos conflitos políticos locais.

Em entrevista a uma emissora de televisão, Frattini minimizou a tensão, dizendo que "Itália e França têm interesses comuns" e, portanto, "trabalharão juntas, inclusive no patrulhamento marítimo", para evitar uma nova onda imigratória.

O diplomata destacou que os franceses cometeram um erro ao bloquear o tráfego ferroviário, mas disse ter confiança na colaboração bilateral na questão de imigração.

No último fim de semana, Paris impediu que um trem que levava imigrantes tunisianos entrasse em seu território.

A locomotiva havia partido da Itália, que tem sido um dos principais destinos de estrangeiros do norte da África. Recentemente, a Itália adotou uma série de medidas para resolver o problema imigratório, como distribuir os estrangeiros para centros de acolhimento em diferentes regiões do país, repatriar cidadãos tunisianos (por meio de um acordo entre os dois governos) e conceder vistos temporários aos imigrantes, o que descontentou a França, pois o documento permite livre-circulação pela União Europeia (UE). (ANSA)

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