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FATO INÉDITO: Reeleição de Giorgio Napolitano como presidente da Itália gera elogios e críticas

Entre o "golpe de Estado", expressão com a qual Beppe Grillo qualificou a reeleição de Giorgio Napolitano como presidente da Itália, e a "generosidade" de Silvio Berluscino, que ressaltou a personalidade do veterano político, oscilou a variedade de reações perante a votação deste último sábado.

"Desde o pós-guerra, nos momentos mais obscuros da República não houve nunca um contraste tão claro entre as instituições e os cidadãos", afirmou em seu blog Grillo, líder do Movimento 5 Estrelas, que apoiava a figura de Stefano Rodotà como a "esperança para a nova Itália". O mediante qualificou de "golpe de Estado" a reeleição de Napolitano e chamou seus simpatizantes para uma "passeata em Roma".

Além disso, acusou Napolitano, o líder do Partido Democrático (PD), Pier Luigi Bersani, o líder do Povo da Liberdade (PDL), Silvio Berlusconi, e o primeiro-ministro interino, Mario Monte, de confabular e "estarem dispostos a tudo para impedir a mudança" e insinuou que já tinha estipulado sugerir Guiliano Amato à frente de um novo Governo na Itália.

No extremo oposto, o líder de centro-direita, Silvio Berlusconi, ressaltou a "generosidade pessoal e política" com a qual Napolitano decidiu "prosseguir em sua incumbência e sua obra em um contexto tão difícil". Berlusconi agradeceu o presidente da República por "seu espírito de serviço" e qualificou este dia como uma "jornada importante" para o país.

Na opinião do líder do PDL, Berlusconi lembrou que a situação que a Itália vive requer "esperança, sabedoria, equilíbrio e cultura política e institucional", todas as qualidades que, segundo ele, a figura de Napolitano engloba.

Os críticos de Berlusconi apontaram que a reeleição de Napolitano tinha sido um êxito seu, mas o ex-primeiro-ministro respondeu com um tom irônico. "Eu não fui eleito Presidente".

Romano Prodi, duas vezes primeiro-ministro do país, também se manifestou com relação ao resultado da eleição. Prodi expressou seus "melhores desejos" para Napolitano, que se tornou hoje o 12ª presidente da República e o primeiro reeleito para um mandato de sete anos.

Após cinco tentativas frustradas de escolher o chefe de Estado para a Itália, o Parlamento, em sessão conjunta, optou hoje, na sexta votação, pela reeleição de Giorgio Napolitano, de 87 anos, que obteve 738 votos, aparentemente procedentes do PDL, o PD, Lista Cívica, de Monti, e Liga Norte, de Roberto Maroni.

Por sua parte, o jurista Stefano Rodotà obteve 217 votos, muitos mais do que os 159 com os quais conta a formação de Beppe Grillo. As eleições italianas foram realizadas nos dias 24 e 25 de fevereiro.

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