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Draghi cobra compromisso do G20 por liberdade de mulheres afegãs

O primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, enviou uma mensagem para a abertura da Conferência do G20 sobre o Empoderamento das Mulheres e cobrou um “compromisso” da entidade para ajudar as afegãs sob o regime dos talibãs.

“Não podemos nos iludir. As meninas e as mulheres afegãs estão a ponto de perder a sua liberdade e a sua dignidade, de voltar à triste condição em que estavam há 20 anos. Elas correm o risco de se tornar novamente cidadãs de segunda classe, vítimas de violência e discriminação sistemáticas, só pelo fato de serem mulheres.

O G20 deve fazer todo o possível para garantir que as mulheres afegãs mantenham sua liberdade e seus direitos, especialmente, o direito de estudar”, disse o líder italiano, que está na presidência rotativa do grupo das 20 potências mundiais.

A fala do premiê refere-se ao fato de que, entre os anos de 1996 e 2001, quando o Talibã governou o Afeganistão, as mulheres foram impedidas de estudar, trabalhar e sair de casa sem a companhia de um homem da família.

No entanto, no dia 17 de agosto, um dos porta-vozes do grupo extremista afirmou que os direitos delas seriam mantidos “sob a lei islâmica” – ou seja, sobre a interpretação que os fundamentalistas fazem do Corão. Na cidade de Herat, por exemplo, elas puderam voltar às aulas, mas na capital Cabul, as mulheres ainda não puderam retornar aos seus postos de trabalho.

Segundo Draghi, o G20 não tem apenas “obrigações” com suas populações, mas também na relação com a comunidade global. Por isso, “precisamos defender os direitos das mulheres em qualquer lugar do mundo, sobretudo, onde elas estão ameaçadas”.

Em seu discurso, o político italiano também falou sobre a situação do país e algumas das metas de sua liderança no bloco.

“A Itália está plenamente empenhada na luta contra as desigualdades de gênero e consideramos que o G20 pode desenvolver um papel fundamental para apoiar as mulheres de todo o mundo.

Durante a presidência italiana, nós adotamos medidas concretas para melhorar a posição das mulheres no mundo do trabalho, promover a sua emancipação e remover os obstáculos que freiam as carreiras delas”, pontou.

De acordo com Draghi, uma das medidas adotadas foi uma “tabela de acompanhamento para atingir e superar o objetivo fixado em Brisbane, que prevê reduzir em 25%, até 2025, as disparidades de gênero na participação da força de trabalho nos países do G20”.

“Cada perda de um talento feminino, é uma perda para todos nós”, concluiu.

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