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Cresce pressão por fim de toque de recolher na Itália

A melhora dos números da pandemia do novo coronavírus na Itália fez aumentar a pressão para o primeiro-ministro Mario Draghi revogar o toque de recolher noturno em vigor no país há quase seis meses.

Desde 5 de novembro, ainda na gestão de Giuseppe Conte, o governo italiano proíbe as pessoas de saírem de casa entre 22h e 5h, independentemente da região de residência, a não ser por motivos de trabalho, saúde ou urgência.

A revogação do toque de recolher é uma bandeira da oposição a Draghi, hoje praticamente restrita ao partido de extrema direita Irmãos da Itália (FdI), mas também vem ganhando apoio dentro da coalizão governista.

O senador e ex-ministro do Interior Matteo Salvini, líder da legenda de ultradireita Liga, já se recusou a votar o decreto que permitiu a reabertura de restaurantes, museus e cinemas na maior parte do país porque o texto não estabelece prazo para o fim de toque de recolher.

Mas o pleito pelo fim da restrição já vai além da extrema direita. “É obvio que o toque de recolher deve ser revisto. Todos sabem disso e, de forma privada, todos o dizem. Assim não faz sentido. O toque de recolher deve ser revogado nos próximos dias, ou então reduzido”, disse o ex-primeiro ministro e senador Matteo Renzi, líder do partido de centro Itália Viva (IV) e artífice da queda de Conte.

“Dar de presente essa batalha para Salvini é, a meu ver, um erro político. Acham que, provocando-o sobre o toque de recolher, Salvini vai reagir por impulso e sair da maioria, mas ele sequer pensa nisso”, acrescentou – nos últimos dias, o líder do centro-esquerdista Partido Democrático (PD), o também ex-premiê Enrico Letta, instou Salvini a decidir se é governo ou oposição.

Um pedido do FdI para abolir o toque de recolher foi rejeitado pela Câmara dos Deputados, com a abstenção da Liga. Por outro lado, a base aliada entrou em acordo para aprovar uma moção que empenha o governo Draghi a revisar a restrição de circulação noturna em maio.

O primeiro-ministro, que concede raras entrevistas, ainda não expressou seu posicionamento a respeito do toque de recolher. A Itália contabiliza quase 4 milhões de casos e 120 mil mortes na pandemia, mas a média de móvel de contágios em sete dias está em queda há mais de um mês, enquanto a de óbitos acumula duas semanas de contração.

Além disso, a média semanal de novas internações em UTIs apresenta redução de 44% em um mês, e o número de pacientes em leitos de terapia intensiva atualmente (2.748) é 24% menor do que em 27 de março.

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