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POLÍTICA: Berlusconi busca “começar de novo” após moção na Itália

O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, tentava cortejar deputados rebeldes, um dia depois de sobreviver a uma votação que contou com cenas de tumulto no Parlamento e deflagrou um dos mais graves episódios de violência em Roma em anos.

"O muro entre a política e o país", disse um editorial do jornal La Stampa, de Turim, cuja manchete estampou "Berlusconi vence, guerra de guerrilha em Roma".

A votação da moção de não-confiança na terça-feira não conseguiu derrubar o premiê de 74 anos. A não aprovação, por uma diferença de apenas três votos, foi considera uma humilhação para Gianfranco Fini, ex-aliado de Berlusconi.

"Não estou em busca de um acordo com grupos políticos, mas com deputados que se sentem traídos por Fini, que os levou para a oposição com a esquerda", disse Berlusconi ao Canale 5, que faz parte de seu império de comunicações Mediaset.

A votação, porém, também foi considerada um sinal de debilidade das instituições da Itália e uma advertência para a possibilidade de mais confusão pela frente, a menos que Berlusconi, envolvido em escândalos sobre sua vida pessoal e fiscal, consiga colocar o governo numa posição segura.

"A última chance para dirigir o país", disse Stefano Folli, editorialista do diário financeiro Il Sole 24 Ore.

"Ou se faz um movimento sério para ampliar o governo, na base de negociações conduzidas em plena luz do dia e baseadas num compromisso conjunto, ou caminharemos em direção à eleição antecipada", afirmou ele.

Os protestos violentos ocorridos em Roma depois da votação causaram espanto. As manifestações ecoaram um debate acalorado no Parlamento, pontuado por gritos, insultos e uma breve pancadaria.

Nas primeiras horas da quarta-feira, equipes de manutenção moviam-se pelo centro histórico da cidade, limpando as ruas que haviam sido palco de batalhas entre a polícia e manifestantes, que jogaram bombas de fumaça, tiraram paralelepípedos das ruas e atearam fogo a vários carros.

"Acho que as pessoas estão cheias, é simples assim", disse a estudante romana Giulia Marinari. "Ontem, o fato de o governo ter vencido por apenas três votos, mostra indecisão mesmo dentro do governo."

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