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Crise de xenofobia tem novo capítulo na Itália

Após os incidentes e brigas generalizadas entre os imigrantes ilegais, parte da população de Rosarno e a polícia italiana, ontem, segunda-feira, a cidade amanheceu sem nenhum negro.

 

Dos 1500 africanos, todos taxados de clandestinos, mesmo os que estão de forma legal, a grande maioria foi levada de ônibus e trens para centros de detenção, enquanto outros conseguiram fugir, num episódio comparado, pela imprensa do país, com as ações do Ku Klux Klan, que agia no sul dos Estados Unidos.

 

Antes do embarque forçado, carros de som fizeram ameaças contra a vida deles e galpões onde dormiam foram demolidos.

 

Vários órgãos como a ONU estudam sanções contra o racismo crescente e apoiado pelo governo da Itália.

 

Em entrevista o porta-voz da Organização Internacional para a Migração na Itália, Flavio di Giacomo, comentou "entre os removidos tinham imigrantes em condições legais, e esse fato é fruto do que vem sendo plantado faz muito tempo".

 

Acredita-se que a organização mafiosa N'drangheta esteja por trás dos ataques que levaram o caos na cidade.

 

Relembre o caso que ocorreu na cidade de Rosarno

 

Centenas de trabalhadores imigrantes, em sua maioria de países africanos, entraram em confronto com a polícia e os moradores de Rosarno, cidade do sul do Itália.

 

A violência na volátil região teve início depois que dois imigrantes ficaram levemente feridos por um atirador não identificado num incidente que, segundo os manifestantes, foi motivado pelo racismo. Grupos de manifestantes atiraram pedras contra a polícia, atacaram moradores e quebraram lojas e carros.

 

O Ministério do Interior disse que 14 pessoas – dentre elas oficiais, manifestantes e moradores – ficaram feridos nos confrontos e sete imigrantes foram detidos. A pasta informou que lojas e escolas de Rosarno foram fechadas, mas que os protestos continuam. Agazio Loiero, governador da região da Calábria, afirmou à televisão Sky que a violência é "inaceitável", mas que os imigrantes foram "muito provocados".

 

Milhares de imigrantes se deslocam para a região todo ano, onde trabalham nas colheitas e fazem trabalhos temporários. Vivendo em dormitórios improvisados, eles geralmente são mal pagos e mal tratados. A Calábria também é a base da organização mafiosa ''Ndrangheta.

 

As prisões ocorreram após uma recente decisão das autoridades italianas de aumentar o contingente policial na cidade de Reggio Calábria, depois que uma bomba danificou um tribunal, numa aparente tentativa da população de intimidar os magistrados.

 

A combinação de violência étnica e crime organizado espalhou a violência em comunidades imigrantes do sul da Itália. Em 2008, imigrantes realizaram violentos protestos na região de Nápoles depois que seis ganeses foram assassinados a tiros, crime supostamente cometido pelos integrantes da organização mafiosa Camorra.

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