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De olho em referendo, primeiro-ministro italiano Matteo Renzi tenta conter críticas internas

Sob um clima de tensão devido às derrotas no segundo turno das eleições municipais na Itália, realizadas em 19 de junho, o centro-esquerdista Partido Democrático (PD), do primeiro-ministro Matteo Renzi, reuniu sua direção para discutir seu futuro e o do governo.   

Embora tenha tentado se desvincular dos resultados em Roma e Turim, onde a legenda antissistema e populista Movimento 5 Estrelas (M5S) tirou do poder a centro-esquerda, Renzi vem sendo questionado pela minoria do PD, que pede sua renúncia ao cargo de secretário-geral da sigla.   

O primeiro-ministro acumula há mais de dois anos os postos de líder do Partido Democrático e de chefe de governo, situação que já criou diversos atritos com uma ala da legenda, a mesma que quase travou suas reformas trabalhista e eleitoral no Parlamento.   

"O alarme foi soado. Hoje você é visto como adversário por uma parte da direita, e tudo bem, mas também por uma parte da esquerda, e isso é um drama. Sem uma reviravolta, você conduzirá a esquerda italiana a uma derrota histórica", afirmou um dos líderes desse grupo, o deputado Gianni Cuperlo, se dirigindo a Renzi.   

Por sua vez, o primeiro-ministro ignorou o apelo de seus adversários internos e afirmou que quem quiser tirá-lo do comando do PD deve pedir a realização de um congresso e derrotá-lo nas urnas. "Boa sorte com isso", acrescentou. Ele também lembrou que o Partido Democrático tem pela frente um desafio crucial para seu futuro, o referendo sobre as reformas constitucionais do governo.   

Entre outras coisas, o projeto acaba com o bicameralismo paritário na Itália, com a redução dos poderes do Senado, mas para virar lei precisará ser chancelado pelo povo. Em caso de derrota, Renzi já prometeu deixar o poder. "O referendo é crucial para a credibilidade da classe política italiana. Alerto para a responsabilidade dessa passagem muito importante para o nosso partido e nossa comunidade", disse o premier.   

O Partido Democrático entrou em crise após as derrotas impostas por candidatas do Movimento 5 Estrelas em Roma e Turim, esta última um bastião histórico da esquerda italiana. Os resultados fortaleceram o partido do humorista Beppe Grillo, que faz campanha pelo "não" no referendo de outubro e vê a queda de Renzi como sua primeira chance real de governar o país. (Ansa)

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