O depoimento dado pelo presidente da Itália, Giorgio Napolitano, à Justiça sobre as supostas ligações da máfia com o Estado. O site da presidência da República divulgou o material na íntegra, com 86 páginas.
Napolitano explicou que não sabia sobre nenhuma ligação do governo com os ataques realizados por mafiosos em 1993 e que seu conselheiro jurídico, Loris D'Ambrosio, era "animado por um espírito de verdade". A convocação do presidente foi causada justamente por uma carta enviada por D'Ambrosio logo após terem sido revelados telefonemas entre o conselheiro e o ex-presidente italiano Nicola Mancino sobre a preocupação de D'Ambrosio ser "ingênuo" e de estar sendo "usado como escudo" pelo ex-presidente.
A carta ainda continha uma passagem em que o conselheiro afirmava Mancino sabia "que eu não hesitei nos episódios de 1989-1993, que me preocuparam e me fizeram refletir; que me fizeram enumerar hipóteses – só hipóteses – daquilo que falei também aos outros, quase preso ao temor de ter sido somente um ingênuo e útil escriba de coisas utilizadas para fazer acordos indescritíveis".