A direção do governista Partido Democrático (PD) aprovou um pedido do seu secretário, o primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, para não haver mudanças na Lei Eleitoral durante sua votação na Câmara dos Deputados.
Como a minoria hostil ao premier dentro da sigla de centro-esquerda não participou da deliberação, sua solicitação recebeu apoio unânime. "O meu desejo é que essa seja a última reunião de direção em que se discute a Lei Eleitoral", disse Renzi.
Após ter sido aprovado com modificações em janeiro passado pelo Senado, o projeto precisa ser votado mais uma vez pela Câmara, onde a coalizão governista tem uma maioria tranquila. No entanto, uma minoria do PD liderada pelos deputados Pippo Civati e Stefano Fassina ameaça ficar contra a iniciativa por não concordar com uma suposta falta de debate interno dentro do partido.
A Lei Eleitoral de Renzi prevê um prêmio de maioria à lista que obtiver 40% dos votos em um eventual pleito. Se ninguém alcançar esse patamar, será feito um segundo turno entre as duas mais votadas. Além disso, o projeto aprovado no Senado (apelidado de Italicum 2.0) fixa a cláusula de barreira para partidos entrarem no Congresso em 3% das cadeiras.
Para as siglas que concorrerem em coalizão, o número é de 4,5%, enquanto as alianças devem atingir pelo menos 12%. Se aprovada novamente na Câmara, a nova legislação entrará em vigor em 2016.
No entanto, ela não valerá para o Senado, já que também tramita no Parlamento um projeto para reduzir seus poderes, acabando com o bicameralismo paritário na Itália.