Catolicismo Romano

É triste ver portas fechadas para migrantes, diz Papa na Hungria

O papa Francisco celebrou uma missa para 50 mil pessoas na Praça Kossouth, em Budapeste, e focou sua fala no acolhimento dos migrantes.

Entre os presentes, estava a presidente húngara, Katalin Novak, e o premiê nacionalista, Viktor Orbán.

“Irmãos e irmãs, estar ‘de saída’ significa para cada um de nós, como Jesus, uma porta aberta. É triste e faz mal ver as portas fechadas.

As portas fechadas do nosso egoísmo para quem caminha ao nosso lado todo dia, as portas fechadas do nosso individualismo em uma sociedade que arrisca a atrofia na solidão, as portas fechadas da nossa indiferença na relação com quem está sofrendo e na pobreza, as portas fechadas para quem é estrangeiro, diferente, migrante, pobre”, disse durante a homilia.

Francisco ainda afirmou que há “portas fechadas” também dentro das comunidades eclesiais “entre nós, para o mundo, para quem não está dentro da regra, para quem quer o perdão de Deus”.

“Por favor: vamos abrir as portas. Busquemos ser também nós uma porta que nunca é batida na cara de ninguém, que permite que todos entrem para experimentar a beleza do amor e do perdão do Senhor”, pontuou ainda.

A Hungria é um dos principais países do chamado grupo Visegraad dentro da União Europeia, que rechaça o acolhimento dos migrantes – especialmente os que são muçulmanos – e se opõem a medidas mais abrangentes e humanitárias sobre o tema. Por diversas vezes, Orbán fez discursos xenofóbicos contra essas pessoas.

Regina Coeli

Ao fim da missa, o papa Francisco fez a Regina Coeli na mesma praça e, como ocorre desde fevereiro do ano passado, ele fez orações pela Ucrânia e pediu paz no mundo. O líder católico ainda confiou o “os húngaros e essa cidade” à Nossa Senhora.

“Quero colocar em seu coração a fé e o futuro do inteiro continente europeu, no qual tenho pensado nesses dias, e em modo particular, a causa da paz. Santa Virgem, olhe para os povos que mais sofrem. Olha sobretudo para o martirizado povo ucraniano e o povo russo, consagrados a você. Tu és a Rainha da Paz: infunde nos corações dos homens e dos responsáveis pelas nações o desejo de construir a paz, de dar aos jovens um futuro de esperança e não de guerra”, pontuou.

Francisco ainda rezou para que o futuro “seja cheio de berços e não de sepulturas” e que o mundo “seja de irmãos e não de muros”.

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