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Eleições municipais na Itália têm vitória de opositores, impondo uma dura derrota ao governo Renzi

O partido populista de direita e opositor ao governo de Matteo Renzi, Movimento 5 Estrelas, foi o grande vencedor do segundo turno das eleições municipais e regionais na Itália. A sigla do comediante Beppe Grillo venceu 19 dos 20 locais em que disputava o cargo, impondo uma dura derrota ao governista Partido Democrático (PD).

"Isso foi só o começo. Agora cabe apenas a nós", disse Grillo após a vitória. As maiores vitórias ocorreram em Roma e em Turim. Na primeira, a nova prefeita Virigina Raggi venceu com 67,2% dos votos; já na segunda, Chiara Appendino venceu com 54,5%.

Com um discurso de reconstrução de suas respectivas cidades, as duas derrotaram os candidatos governistas e prometeram uma "nova era" para ambas as cidades.

Apesar de pertencer à direita italiana, o M5S é visto como uma sigla da "nova" centro-direita. Isso porque tem uma postura muito populista e contra a União Europeia, diferenciando-se da ala mais radical – como do Liga Norte, de Matteo Salvini – e da tradicional, representada pelo Força Itália do ex-premier Silvio Berlusconi. Essa postura faz com que a união do partido com esses partidos seja bastante conflituosa, como ocorreu nas prévias de Roma.

Nas eleições parlamentares de 2013, a legenda de Grillo, um dos humoristas mais famosos do país, se tornou a segunda maior força da Câmara dos Deputados e a terceira do Senado.

"Acredito que este voto mostre, finalmente, o fim da política de venda nos olhos. A velha centro-direita como a conhecemos não existe mais. Há a tentativa de Salvini em fazer nascer uma extrema-direita. Nós devemos fazer nascer uma área liberal e popular que seja competitiva, que possa agregar estes milhões de eleitores que hoje não encontram local no atual cenário político e se refugiam na abstenção ou no grilismo", afirmou o líder do bloco Nova Centro-Direita e ministro do Interior, Angelino Alfano.

A fala de Alfano se refere ao baixo índice de participação dos eleitores no segundo turno. Apenas 50,54% dos italianos que tinham direito à voto foram às urnas.

A maior vitória de Renzi comprova a queda da "velha direita": seu candidato na cidade, o ex-CEO da Expo Milão Giuseppe Sala derrotou o escolhido de Berlusconi para o cargo em sua cidade-natal, Stefano Parisi. Porém, por causa dos péssimos resultados nas urnas, o PD adiantou seu congresso do dia 27 de junho para o dia 24.

Resultados nas principais cidades: Roma: Virginia Raggi 67,15% contra 32,85% de Roberto Giachetti; Milão: Giuseppe Sala 51,7% contra 48,3% de Stefano Parisi; Turim: Chiara Appendino 54,56% contra 45,44% Piero Fassano; Bolonha: Virginio Merola 54,64% contra 45,36% de Lucia Borgonzoni; Nápoles: Luigi de Magistris 66,85% contra 33,15% de Giovanni Lettieri; Trieste: Roberto DiPiazza 52,63% contra 47,37% de Roberto Cosolini. (Ansa)

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