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Em dia de greve geral, Itália registra 54 protestos

A Itália enfrenta mais uma greve geral contra as reformas apresentadas pelo primeiro-ministro Matteo Renzi. A paralisação, convocada pelos sindicatos CGIL e UIL, têm duração de oito horas e recaem sobre os serviços públicos e privados.

Os serviços de transporte ferroviário ficaram com as operações suspensas. Já os ônibus e trens estão circulando em horários variados, dependendo de cada cidade. Os aeroportos estarão com os serviços comprometidos pela greve.

Todos os outros setores, como escolas, hospitais, administração pública, correios e telecomunicação, cruzarão os braços durante todo o dia.

Desde que assumiu o governo, em fevereiro, Renzi prometeu aprovar uma série de reformas para desburocratizar o sistema italiano e retomar a economia do país. As reformas mais criticadas têm sido a educacional, a trabalhista e a Lei de Estabilidade. Enquanto esta última prevê um corte de 18 bilhões de euros nas despesas públicas, a trabalhista, que também é chamada de "Jobs Act", flexibilixa a legislação e altera o artigo que proíbe demissões sem justa causa.

O presidente da Itália, Giorgio Napolitano, afirmou que a greve geral "é, sem dúvida, um sinal claro de tensão entre os sindicatos e o governo".

Mas Renzi, em um discurso a empresários italianos em Istambul, disse hoje que, "se as reformas forem adiadas, a Itália estará condenada a um lento declínio". "É preciso ter a coragem de mudar e ver as coisas que não vão bem, sem varrê-las para debaixo do tapete".

A secretária-geral da CGIL, Susanna Camusso, afirmou que o governo Renzi "erra ao excluir a participação popular" das tomadas de decisões. "É uma escolha do governo continuar atiçando o conflito ou debater a questão".

Segundo informações dos próprios sindicatos, 50% dos trens urbanos e dos voos foram cancelados e cerca de 70% dos ônibus não circularam em diversas cidades. Já 96% dos trens que fazem o transporte interurbano e 73% dos vagões regionais não foram colocados em funcionamento no país até o momento. Em Roma, o metrô ficou fechado por toda a manhã e início de tarde e cerca de 200 voos da Alitalia foram cancelados.

Já no setor industrial, a CGIL e UIL informaram que "uma alta adesão à greve geral" foi constatada, parando 70,2% das indústrias italianas. Nos 54 protestos marcados para esta sexta, a CGIL destacou que cerca de 50 mil pessoas em Milão e 40 mil pessoas em Roma foram às praças e ruas para protestar contra as medidas econômicas do governo de Matteo Renzi.

Além do caos no transporte, foram registrados também diversos confrontos entre as forças de segurança e os manifestantes. Em Turim, as pessoas tentaram furar um bloqueio feito pela polícia e nove delas foram presas. Dois policiais e dezenas de manifestantes ficaram feridos sem gravidade.

Já em Roma, a confusão ocorreu em frente ao hospital Policlínico Umberto I. O tráfico de veículos em frente ao local foi proibido e alguns manifestantes atiraram pedras, garrafas e outros artefatos contra a instituição e os policiais.

Em Milão, os confrontos ocorreram na praça Duca d'Aosta. A polícia utilizou bombas contra os manifestantes e cercou as pessoas que estavam no local. Um grupo de cerca de 20 pessoas fantasiadas de Papai Noel pulou os portões para invadir a empresa Pirelli, mas os policiais impediram que os manifestantes chegassem até o prédio da companhia italiana.

Ao todo, 11 policiais e seguranças ficaram feridos em Milão, mas a situação já foi controlada.

 

 

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