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Em encontro no “Circolo Italiano de SP”, Matteo Renzi diz que a “história será gentil com Lula”

O primeiro-ministro italiano Matteo Renzi se encontrou com a coletividade italiana de São Paulo, no famoso "Circolo Italiano", localizado na região central da capital paulista.

 

O deputado ítalo-brasileiro Fabio Porta, presente no encontro, disse que o referendo que será realizado no final do ano na Itália, se trata de uma "grande oportunidade para a Itália modernizar" sua Constituição, que "continuará fiel aos seus princípios básicos, mas será adequada à sociedade moderna", melhorando seu sistema de funcionamento e agilizando a as atividades do Parlamento. Além disso, teremos "uma importante diminuição do número de parlamentares e no custo da política".   

O presidente da Câmara Ítalo-brasileira de Comércio, Edoardo Pollastri, que lidera o comitê criado em São Paulo para fazer campanha pela aprovação do referendo, também esteve presente no encontro. Porta, que votará a favor da aprovação da reforma, disse também estar fazendo campanha em diversas cidades brasileira pelo "Sim", assim como estar explicando as motivações para os italianos no Brasil e na América do Sul.   

Sobre a visita de Renzi ao Brasil, Porta lembra que é sua sétima viagem à América Latina em menos de um ano "e mostra um grande interesse por esta parte do mundo". Ele não só participará da Abertura dos Jogos Olímpicos, como fez questão de encontrar a comunidade italiana no país. Uma atenção muito grande".   

A deputada ítalo-brasileira Renata Bueno, que participou da visita de Renzi, também é a favor do "Sim".   

 

Admirador confesso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, afirmou acreditar que a história será "gentil" com o petista, que é réu por obstrução de justiça e foi denunciado por lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.   

A declaração foi dada durante uma breve passagem por São Paulo, que faz parte de sua primeira viagem oficial ao Brasil. "O presidente Lula fez um grande trabalho, e acho que a história será muito gentil com ele", disse Renzi.   

Logo no início de seu governo, em março de 2014, o premier havia dito que o ex-presidente do Brasil era uma "referência" para ele por ter "tirado 30 milhões de pessoas da pobreza". Além disso, em 2015, recebeu Lula em sua residência oficial, o Palácio Chigi, em Roma.   

Quando encerrou seu segundo mandato, o petista passou a ser alvo de duras críticas na Itália por ter vetado a extradição do ex-ativista Cesare Battisti, mas o caso parece não ter influenciado a opinião de Renzi. Embora alguns senadores e deputados italianos já o tenham feito, ele nunca se manifestou publicamente sobre a crise política no gigante sul-americano e nem sobre o governo interino de Michel Temer.

Apesar dos elogios a Lula, o primeiro-ministro se absteve de comentários sobre as turbulências que chacoalham Brasília, mas mostrou interesse em reforçar as relações entre os dois países, principalmente no âmbito econômico. Até o fim do ano, Renzi mandará ao Brasil o seu ministro do Desenvolvimento, Carlo Calenda, ao lado de dezenas de empreendedores italianos.

Além disso, também indicou que pode enviar a ministra para as Relações com o Parlamento da Itália, Maria Elena Boschi. 

Considerada o braço direito de Renzi, ela viria para promover a campanha pelo "sim" no referendo constitucional de outubro entre a comunidade italiana local – a votação é crucial para o futuro do primeiro-ministro.   

"Nós podemos fazer mais [pelas relações entre os dois países].   

Esse mercado, esse conjunto de valores humanos, culturais e econômicos pode ser uma grandíssima oportunidade para a Itália, e a Itália pode ser a chave para o Brasil trabalhar bem na Europa", destacou Renzi, lembrando as arrastadas negociações para um acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia.   

Em um discurso no Circolo Italiano, situado no icônico Edifício Itália, o chefe de governo também prometeu assinar até o fim do ano um decreto legislativo para ajudar escolas e cursos ligados à comunidade italiana no exterior, ao que foi calorosamente aplaudido pelas mais de 500 pessoas presentes. (Ansa)

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