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Em entrevista, Mario Monti rejeita disputar eleição, mas diz estar “disponível para liderar Itália”

O primeiro-ministro interino da Itália, Mario Monti, disse que não está se alinhando por enquanto a nenhum partido para as eleições de fevereiro, mas continua disponível para liderar qualquer futura coalizão de governo comprometida com suas reformas.

Mas Monti, que decidiu renunciar após o partido do ex-premiê Silvio Berlusconi ter retirado o apoio a seu governo, disse não ser capaz de aceitar uma oferta do ex-primeiro-ministro para liderar uma coalizão de centro-direita.

Monti foi nomeado como um primeiro-ministro tecnocrata em novembro de 2011, depois que a coalizão de governo de centro-direita de Berlusconi caiu em meio a uma crise financeira e econômica.

Em uma coletiva em Roma, Monti conclamou os partidos italianos a não destruir o que caracterizou como conquista de seu governo de salvar a Itália da crise. "Aquela emergência financeira foi superada", disse. "Os italianos mais uma vez podem manter sua cabeça erguida como cidadãos da Europa."

Questionado repetidamente se concorreria nas eleições de 24 e 25 de fevereiro, Monti afirmou se importar mais com políticas do que com as personalidades envolvidas nas eleições. "Não estou tomando o lado de ninguém – gostaria que os partidos e as forças sociais tomassem o lado das ideias."

Mas acrescentou: "Às forças que mostrem uma aderência crível à agenda Monti, estaria pronto para dar meu conselho, meu encorajamento e, se necessário, liderança. Também estaria pronto para assumir um dia, se requerido pelas circunstâncias, as responsabilidades que me seriam confiadas pelo Parlamento."

Com 69 anos, Monti é um economista e ex-comissário da União Europeia que primeiramente serviu como primeiro-ministro sob Berlusconi em 1994. Seu governo foi elogiado por suas reformas iniciais e por acalmar os mercados financeiros, embora boa parte de sua agenda de reformas tenha sido suavizada ou bloqueada.

Neste último domingo, ele apelou para os partidos pressionarem por mais reformas do mercado de trabalho da Itália e de suas instituições. Para ele, o próximo governo do país não pode fazer promessas eleitorais fáceis ou retroceder no caminho das reformas iniciadas por seu governo. "Precisamos evitar um retrocesso ilusório e extremamente perigoso," disse.

Ele também criticou Berlusconi, 76, por recentemente atacar seu governo tecnocrata, apesar de tê-lo elogiado previamente. "Tenho dificuldade em seguir sua linha de raciocínio." Pesquisas recentes sugerem que o Partido Democrático, de centro-esquerda, de Pier Luigi Bersani, alcançaria a maioria dos votos na eleição geral.

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