Notícias

Em meio a avalanche da Liga, PD dá sinais de fôlego

Se a ultranacionalista Liga alcançou uma vitória avassaladora nas eleições europeias, o centro-esquerdista Partido Democrático (PD), principal força de oposição em âmbito nacional na Itália, obteve resultados melhores nas disputas municipais.

Cerca de 3,8 mil cidades italianas foram às urnas no último domingo (26), incluindo cinco capitais de região: Bari (Puglia), Campobasso (Molise), Florença (Toscana), Perúgia (Umbria) e Potenza (Basilicata).

Dessas cinco, três são governadas pelo PD, que conseguiu manter duas delas. Em Florença, Dario Nardella tem 57% dos votos e derrotou Ubaldo Bocci, de centro-direita, com 25%. Em Bari, Antonio Decaro se reelegeu com vantagem ainda maior: 65% contra 25% do conservador Pasquale Di Rella.

Já em Campobasso, Maria Domenica D’Alessandro, de centro-direita, lidera com 46% dos votos, enquanto o prefeito Antonio Battista tem 24%, mas apenas 10% das urnas foram apuradas até o momento. Se esse resultado se mantiver, haverá um segundo turno em 9 de junho.

Em Perugia, por sua vez, o prefeito Andrea Romizi, do partido Força Itália (FI), de Silvio Berlusconi, recebeu cerca de 60% dos votos, derrotando o centro-esquerdista Giuliano Giubilei (26%). Em Potenza, a quinta capital regional em disputa, Mario Guarente, da ultranacionalista Liga, aparece à frente do independente Valerio Tramutoli (45% a 28%). A cidade também deve ir ao segundo turno.

Entre as capitais de província, a centro-esquerda ainda venceu em Bergamo, com Giorgio Gori, Modena, com Gian Carlo Muzzarelli, e Pesaro, com Matteo Ricci, e lidera em Cremona, Livorno, Prato, Reggio Emilia, Avellino e Lecce. Já a direita está perto de triunfar no primeiro turno em Pavia, com Mario Fracassi, Pescara, com Carlo Masci, e Vibo Valentia, com Maria Limardo, e lidera em Ferrara, Forlì, Rovigo, Biella, Verbania, Ascoli Piceno e Foggia.

Os resultados mostram que os sociais-democratas italianos, após seguidas derrotas, conseguiram equilibrar a disputa com a aliança conservadora liderada pela Liga em disputas municipais e mantiveram a força em seus bastiões, especialmente na Toscana.

Por outro lado, na única região em jogo, o Piemonte, o PD viu seu candidato, o governador Sergio Chiamparino, obter apenas 36% dos votos e perder para Alberto Cirio, do Força Itália, que soma quase 50%.

Renascimento – O PD atingiu o pior momento de sua história há pouco mais de um ano, quando obteve apenas 18% dos votos e uma reprovação contundente do eleitorado após meia década de governo.

De lá para cá, o partido trocou sua liderança, com o ex-premier Matteo Renzi dando lugar ao governador do Lazio, Nicola Zingaretti, mais identificado com a esquerda da sigla, e ganhou novo fôlego, embora ainda discreto.

O grande triunfo do PD foi superar o Movimento 5 Estrelas (M5S) nas eleições europeias, alcançando 22,74% dos votos, contra 17,06% do partido antissistema, punido pelo seu eleitorado mais progressista por causa da aliança com a Liga e pelo atraso na implantação de seus programas sociais.

Ambos, no entanto, ficaram distantes do partido ultranacionalista, que saiu com 34,26% dos votos. Quando se olha a apuração europeia em cada cidade, o PD mantém ampla vantagem em Bolonha e Florença, feudos tradicionais da esquerda, e lidera em Milão e Roma, as duas maiores metrópoles do país.

O M5S, por sua vez, prevaleceu nas grandes cidades do sul, como Bari, Nápoles e Palermo.

 

Mostrar mais

Artigos relacionados

Fechar

Adblock detectado

Por favor, considere apoiar-nos, desativando o seu bloqueador de anúncios