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EUA apoiam Itália para liderar processo de paz na Líbia

Os Estados Unidos irão apoiar a liderança da Itália para liderar o processo de pacificação da Líbia, após o país conseguir formar seu governo único. Quem fez a afirmação foi o secretário de Defesa e Chefe do Pentágono, Ash Carter, que destacou que a posição italiana será "apoiada com força". "Aos líbios, não é agradável a ideia de uma intervenção externa assim como não lhes é agradável que alguém entre em seu território para pegar o petróleo deles. Mas, estamos certos, que quando o governo nascerá, espero que rápido, ele pedirá ajuda internacional", destacou Carter.

Por sua vez, o ministro italiano das Relações Exteriores, Paolo Gentiloni, está em Nova York para debater a questão com líderes mundiais, tanto norte-americanos como das Nações Unidas. "O nível de planejamento e de coordenação entre os diversos sistemas de defesa sobre uma possível contribuição para a segurança da Líbia está em um nível muito avançado que está caminhando há semanas", explicou o chanceler. Porém, ambos os líderes destacaram que essa "ajuda" só será realizada após o país se estabilizar politicamente, já que o acordo anunciado no final do ano passado, ainda não ter permitido a criação de um governo único.

A Itália não quer interferir militarmente na Líbia "para evitar erros do passado", mas classifica a situação de "urgente".

Segundo fontes ligadas ao governo italiano, os italianos estariam prontos para um missão de apoio militar, com um contingente mínimo de treinadores, conselheiros e membros de força especial. Basicamente, a função seria treinar as forças locais e fazer a segurança de locais sensíveis, como embaixadas e sedes institucionais – como a da ONU em Trípoli.

– Entenda a crise:
A crise na Líbia começou no longínquo ano de 2011 após a revolução e a morte do ditador Muammar Kadafi. Os dois fatos levaram a nação ao caos total por não ter um poder que conseguisse unir o país. Um ano após a queda do regime e em pleno processo de reconstrução, após as bombas jogadas na Líbia pela coalizão internacional, ocorrem as primeiras eleições livres que pareciam levar os líbios a uma verdadeira democracia.

Mas, os confrontos ainda remanescentes e a violência entre várias milícias e os ex-rebeldes que não abandonaram as armas, complicaram a situação cada vez mais. No verão de 2014, o país entrou em colapso total com a divisão entre as instituições políticas

– Tobruk e Trípoli – e a guerra entre as milícias Zintan e Misurata pelo controle da capital. O novo Parlamento, junto ao governo do primeiro-ministro Abdullah al-Thani, que era reconhecido pelo mundo como oficial, foram obrigados a fugir e a refugiar-se na cidade de Tobruk, em Cirenaica. No mesmo período, a capital caiu sob o controle do grupo jihadista Fajr Libya, que comandou o país em oposição ao governo de Tobruk e em aliança com a Irmandade Muçulmana. O resultado desse caos é de uma nação quebrada ao meio. Para completar, a área de Sirte – ao norte – caiu nas mãos dos terroristas do EI onde houve a imposição de um tipo de emirado baseado na rígida interpretação da sharia (lei islâmica).

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