A eleição de 25 de setembro na Itália será a primeira após a reforma constitucional que reduz em um terço o número de parlamentares no país.
A mudança foi aprovada em referendo em setembro de 2020, por 70% a 30%, e prevê a diminuição dos assentos no Parlamento dos atuais 945, recorde na União Europeia, para 600.
De acordo com a reforma, a Câmara dos Deputados será reduzida de 630 membros para 400, enquanto o Senado passará de 315 para 200, sem levar em conta os senadores vitalícios nomeados por presidentes da República.
O corte também valerá para os parlamentares italianos eleitos no exterior, que passarão de 18 (12 deputados e seis senadores) para 12 (oito deputados e quatro senadores). Antes da reforma, a América do Sul elegia quatro deputados e dois senadores, mas esses números serão reduzidos pela metade. Atualmente, dos seis representantes do subcontinente, três têm sua base eleitoral no Brasil: o senador Fabio Porta e os deputados Fausto Longo e Luis Lorenzato.
O enxugamento do Parlamento era uma bandeira do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), mas foi apoiado por todos os grandes partidos, da esquerda à direita.
A campanha pelo “sim” no referendo usou como argumentos a redução dos custos da política (a economia é estimada em 100 milhões de euros por ano), tornar o Parlamento mais eficiente e adaptá-lo a uma era na qual as regiões também têm amplo poder legislativo e o arcabouço normativo da União Europeia ganha força.
No entanto, alguns grupos fizeram campanha contra a mudança, como os partidos nanicos Esquerda Italiana e o libertário Radicais, que apontaram que o benefício financeiro da redução (1,65 euro por habitante a cada ano) não compensa os riscos para a representatividade popular.