
O ex-general “antigay” Roberto Vannacci, eurodeputado e secretário adjunto do partido ultranacionalista Liga, acusou a esquerda de se fazer de vítima na Itália.
A declaração foi dada durante evento com jovens membros da sigla em Pontida, na região da Lombardia, norte do país.
“Vitimização não faz parte da direita. É Saviano quem anda com escolta, não eu. Então, eles são as vítimas. Hoje, se você não é vítima, você não é ninguém”, afirmou ele, fazendo referência ao jornalista e escritor Roberto Saviano, que vive sob proteção policial devido a ameaças de mafiosos.
Vannacci ganhou notoriedade com a publicação do livro “O mundo de cabeça para baixo”, com teorias homofóbicas e racistas. Na obra, ele escreve que os homossexuais “não são normais” e denuncia um suposto “lobby gay internacional” para normalizar as relações entre pessoas do mesmo sexo.
Falando sobre si mesmo, ele enfatizou que “não tem medo” de ameaças, mas está “ciente dos riscos”. “Eu mesmo providencio minha escolta e administro meu medo porque essa é a minha crença. Aceitamos o risco como pessoas fortes e corajosas, e deixamos as vítimas para os outros”, acrescentou.
Na sequência, questionado por jornalistas sobre a possibilidade de assumir a Liga como secretário, ele descartou: “Não, aspiro a continuar a fazer o meu trabalho, que é ser membro do Parlamento Europeu, da melhor forma possível. Este é o mandato que 563 mil eleitores me deram”, respondeu.
Em relação ao ativista conservador Charlie Kirk, assassinado em um evento nos Estados Unidos, Vannacci enfatizou que “não devemos apenas falar” do aliado de Donald Trump, mas sim ser “seus herdeiros nas arenas, nas escolas, nas ruas e nas praças”.
“Qualquer ideia que você tenha nunca está errada. Qualquer ideia é combatida com dúvidas, questionamentos e explicações, não com censura, com os tribunais e muito menos com tiros. Portanto, todos nós aqui hoje somos como Charlie Kirk e carregaremos seu legado em nosso sangue, em nossas veias e entre o povo”, concluiu.