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Famoso “Café de Paris” situado na Via Veneto em Roma, está ameaçado de fechar por causa da máfia

O 'Café de Paris', o famoso estabelecimento de Via Veneto e símbolo da "Dolce Vita" romana nos anos 60 – quando em suas mesas na calçada se sentavam estrelas italianas e internacionais, como Frank Sinatra e Sophia Loren – está ameaçado de fechar por causa de supostos vínculos com o crime organizado.

A polícia italiana confiscou vários bens móveis e imóveis, totalizando € 200 milhões, que estariam ligados com as atividades do clã da família Alvaro, uma das mais importantes da 'Ndrangheta (a máfia calabresa), entre os quais se inclui o Café de Paris.

Giuseppe Pignatone, procurador antimáfia da Reggio Calabria, foi quem ordenou as apreensões, vinculadas com as atividades ilegais dos Alvaro e que incluem não só o Café de Paris (no valor de € 55 milhões), como também o próximo Restaurante George (€ 50 milhões).

Segundo o juiz, ambos os estabelecimentos, bem como 15 empresas, vários outros imóveis em Roma, carros de luxo, contas bancárias e dinheiro em espécie de mais de € 1,5 milhão, fazem parte de um mecanismo de lavagem dos lucros obtidos pela máfia calabresa em seus negócios ilegais. 

Oficialmente o Café de Paris pertence a uma empresa com sede em Roma, mas para os responsáveis da antimáfia italiana seria controlado diretamente pelos Alvaro, a partir de seu feudo em Cosoleto, uma pequena cidade na província da Reggio Calabria.

"Graças às medidas incluídas no chamado 'pacote de segurança' aprovado pelo Parlamento em 2008, conseguimos fazer investigações em conjunto com a Polícia Tributária e unidades especiais dos Carabineiros, que nos permitiram seguir os rastros do dinheiro mafioso", disse Pignatone.

Segundo os investigadores, a ligação entre a 'Ndrangheta e o Café de Paris é o titular da empresa à qual pertence o estabelecimento, Damiano Villari, ex-cabeleireiro de uma pequena cidade calabresa, que na verdade seria o testa-de-ferro de Vincenzo Alvaro, chefão de clã homônimo, para as suas operações na capital italiana.

Villari foi processado em 2006 por agressão sexual, depois que uma caixa do Café de Paris o denunciou à justiça, alegando que ele a atacou depois de rejeitar suas investidas constantes.

Ainda assim, o gerente do local, Marcello Scofano, esclareceu que pretende continuar mantendo aberto o Café de Paris e disse que "o inquérito está aberto há dois anos e agora fui informado do confisco: por que eu deveria fechar as portas? A pergunta me parece impertinente".

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