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Silvio Berlusconi confirma os bons laços com Brasil

O premier italiano Silvio Berlusconi disse que as "boas relações" entre Itália e Brasil não estão ameaçadas pelo caso do ex-ativista de esquerda Cesare Battisti, mesmo admitindo a intenção de levar o litígio à Corte Internacional de Justiça, em Haia. 

"Este tema não se refere às boas relações que temos com o Brasil, que não mudarão, mas é um caso de justiça", disse Berlusconi depois de se reunir com  Alberto Torregiani, uma das vítimas de um dos ataques atribuídos a Battisti.

"O Brasil é um país ao qual somos ligados por uma antiga e sólida amizade", reiterou o chefe de Governo, que na última semana expressou sua "tristeza" pela decisão anunciada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que vetou a extradição do italiano. 

Por outro lado, Berlusconi afirmou estar ciente de que "Battisti revestiu de ideologia política uma realidade de um verdadeiro criminoso". 

O premier também anunciou que, em até duas semanas, deverá ser realizada uma coletiva à imprensa em Bruxelas, junto ao Partido Popular Europeu (a maior força conservadora no Parlamento Europeu), sobre o tema.

"Expressei minha solidariedade, a do governo e a da minha parte política e propus ao senhor Torregiani que vá a Bruxelas na terceira semana de janeiro onde, com o Partido Popular Europeu, organizaremos uma coletiva para falar sobre a realidade dos fatos e chegar até a Corte de Justiça de Haia", ressaltou. 

Torregiani, que perdeu o pai, Pierluigi, e ficou paraplégico na ação criminosa, liderou um ato de protesto em frente à Embaixada do Brasil em Roma, na Piazza Navona.

Em outras cidades da Itália também haverá manifestações perto dos consulados brasileiros.

Mais cedo, o chanceler Franco Frattini analisava a questão com o embaixador italiano em Brasília, Gherardo La Francesa, que foi chamado para consultas após o anúncio de Lula. 

Detido em 2007 no Brasil, Battisti é requerido pelo Estado italiano, onde foi condenado à revelia por quatro homicídios cometidos no fim dos anos 70. 

O caso se tornou destaque depois que o governo brasileiro, há cerca de um ano, concedeu a ele o status de refugiado político, o que é contestado pela Itália. 

Ainda em 2009, ao julgar o processo, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu a favor da extradição, mas determinou que caberia a Lula o parecer final. O anúncio, feito no último dia do mandato do ex-presidente, gerou certo mal-estar diplomático. 

Agora o governo italiano analisa os próximos passos jurídicos a tomar para recorrer do parecer do ex-presidente. Já a defesa de Battisti solicita a libertação imediata de seu cliente, atualmente detido na prisão da Papuda, em Brasília. (ANSA)

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