
Após a derrota nas eleições europeias de 26 de maio, o partido antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S) submeterá seu líder, o ministro do Desenvolvimento Econômico e Trabalho e vice-premier da Itália, Luigi Di Maio, a uma espécie de moção de desconfiança entre seus filiados.
A decisão foi tomada a pedido do próprio Di Maio, que viu sua liderança ser questionada por correligionários após o M5S ter ficado em terceiro lugar nas eleições europeias, com 17,1% dos votos, atrás da sua aliada de governo, a ultranacionalista Liga (34,3%), e do oposicionista Partido Democrático (22,7%).
Há pouco mais de um ano, o movimento saíra das urnas das eleições legislativas como o partido mais popular da Itália, com mais de 32% dos votos, o que lhe deu o direito de encabeçar o governo.
“Nunca escapei de meus deveres, e se for preciso mudar alguma coisa no movimento, faremos isso. Peço para submeter meu papel de líder político a votação, porque é justo que vocês se exprimam. Os únicos a quem devo prestar contas de minha operação”, escreveu o vice-premier no blog do partido.
A votação acontecerá nesta quinta-feira (30), por meio da plataforma online do M5S, a “Rousseau”, que pertence a uma empresa de consultoria digital chamada Casaleggio Associati e não é auditada de forma independente.
Uma eventual derrota de Di Maio, embora improvável, poderia causar repercussões no governo, no momento em que a Liga busca se impor como força dominante por conta do resultado nas eleições europeias.
“Diferentemente de alguns, mas junto a tantos outros, estou há seis anos sem parar e acredito sempre ter honrado meus deveres”, acrescentou o vice-premier. Aos 32 anos de idade, Di Maio está em seu segundo mandato na Câmara dos Deputados, é pupilo do fundador do M5S, o humorista Beppe Grillo, e lidera o partido desde setembro de 2017.