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Gravações mostram terror no naufrágio do navio Costa Concordia

"As pessoas caíam na água, algumas nadavam, outras eram jogadas de um lado a outro do navio como bolinhas de fliperama. Não apenas passageiros, mas também tripulantes, como os filipinos". As chocantes palavras foram tiradas da interceptação de uma conversa entre Hugo Di Piazza, oficial de máquinas do Costa Concordia, cruzeiro naufragado em janeiro de 2012 na ilha italiana de Giglio, e um amigo. Exibida durante mais uma audiência do processo que julga os responsáveis pelo acidente que deixou 32 mortos, a gravação mostrou a situação enfrentada pelos ocupantes da embarcação enquanto ela afundava.

O uso do diálogo no tribunal foi um pedido da acusação, que desejava evidenciar as fases mais dramáticas do naufrágio e em particular, como disseram os advogados de alguns passageiros, "o erro do pessoal de bordo ao conduzir os viajantes a estibordo, que estava afundando com a inclinação do navio e onde foi encontrada a maior parte das vítimas".

A passageira Angela Blanc era esperada para testemunhar na audiência desta segunda, durante a qual poderia contar como sua amiga Gabriele Grube morreu nessas mesmas circunstâncias. No entanto, ela não compareceu ao tribunal por motivos de saúde. Em julho do ano passado, a Justiça italiana já condenou cinco réus pelo acidente, incluindo o timoneiro indonésio Jacob Rusli Bin. Já o capitão da embarcação, Francesco Schettino, ainda está sendo processado.

Durante a sessão do julgamento, também foram ouvidas as ligações feitas pelos passageiros para o serviço de emergência de Grosseto, ainda de dentro do Costa Concordia. Foi a primeira vez que se escutou as suas vozes no momento do naufrágio desde o início do processo. "Não querem descer os botes salva-vidas, o navio está se inclinando e indo cada vez mais para baixo. Ajudem-nos, por favor, tenho duas crianças. Nos massacram como ovelhas", disse um dos ocupantes da embarcação.

O agente que atendeu a chamada tentou tranquilizá-lo, dizendo que o socorro chegaria em pouco tempo, porém isso não acalmou o seu interlocutor. "Mas em quanto tempo? Não se vê ninguém, o navio está afundando", respondeu o passageiro. Em diversas outras ligações, as pessoas relataram que estavam tirando-as dos botes, mesmo com o cruzeiro submergindo cada vez mais.

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