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Giorgia Meloni abre para reconhecer Palestina, mas impõe condições

A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, afirmou que seu governo apresentará uma moção no Parlamento em defesa do reconhecimento do Estado da Palestina, mas apenas sob a condição de que o Hamas liberte todos os reféns israelenses e não tenha participação em um futuro governo.

O anúncio marca uma mudança de postura da primeira-ministra, que vinha defendendo que o reconhecimento do Estado palestino antes de ele existir de fato era uma medida “improdutiva”.

“Eu, pessoalmente, continuo considerando que o reconhecimento da Palestina na ausência de um Estado que tenha os requisitos de soberania não resolve o problema nem produz resultados tangíveis”, disse Meloni.

“Contudo, diz-se que reconhecer a Palestina pode ser uma ferramenta eficaz de pressão política, e isso é ótimo, eu entendo, mas também precisamos entender sobre quem [é feita a pressão]. Acho que a principal pressão política deve ser exercida sobre o Hamas, porque foi o Hamas que iniciou esta guerra e é o Hamas que está impedindo o fim da guerra ao se recusar a entregar os reféns”, acrescentou.

Ainda assim, a premiê assegurou que sua base no Parlamento italiano “apresentará uma moção para dizer que o reconhecimento da Palestina deve ser subordinado a duas condições: a libertação dos reféns e, obviamente, a exclusão do Hamas de qualquer dinâmica de governo na Palestina”.

“Eu não sou contrária ao reconhecimento da Palestina, mas precisamos ter as prioridades certas. Acho que uma iniciativa do tipo pode receber também o apoio da oposição e das pessoas de bom senso”, concluiu.

Diversos países ocidentais reconheceram a Palestina oficialmente nos últimos dias, como Canadá, França e Reino Unido, para pressionar Israel a interromper a guerra na Faixa de Gaza, mas o país judeu não deu sinal de recuo até o momento e vem realizando uma ofensiva por terra contra a Cidade de Gaza, maior centro urbano do enclave, forçando a evacuação de mais de 640 mil pessoas.

Na última segunda-feira (22), a Itália foi palco de uma greve geral e de manifestações multitudinárias para exigir que Meloni reconheça a Palestina, pleito também apresentado pela oposição de centro-esquerda.

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