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Escolha de Ignazio Visco para Banco Central italiano deve irritar Sarkozy

A surpreendente nomeação de Ignazio Visco pelo premiê italiano, Silvio Berlusconi, para chefiar o Banco da Itália foi bem recebida na Itália, mas terá a oposição do presidente francês, Nicolas Sarkozy.

A nomeação de Visco, ocorrida na quinta-feira, significa que a Itália terá dois membros no conselho executivo do Banco Central Europeu (BCE) quando Mario Draghi, atual presidente do BC italiano, deixar o cargo para substituir o francês Jean-Claude Trichet no comando do BCE, no próximo mês, enquanto a França não terá nenhum representante. Sarkozy deixou claro que considera essa situação inaceitável, e que Roma precisa desistir do assento de seu atual membro no conselho do BCE, Lorenzo Bini Smaghi, para abrir caminho a um candidato francês.

Isso poderia ter sido facilmente alcançado com a substituição de Draghi por Bini Smaghi como chefe do Banco da Itália, solução vista como óbvia para muitos observadores estrangeiros, os quais notaram o bom trabalho de Bini Smaghi ao longo dos últimos cinco anos representando a Itália no BCE. No entanto, essa opção foi bloqueada no último minuto, pela resistência feroz no BC italiano, que quis uma consulta interna, e por grandes setores da mídia e da política italianas, para os quais essa opção favoreceria a França.

O resultado é que, antes de dois encontros da UE para debater a crise de dívida da zona do euro, é provável que Sarkozy esteja irritado com a falha de Berlusconi de não liberar um assento no BCE para a França, como prometido. "A nomeação de Visco é uma surpresa, porque isso irá criar um grande problema com a França caso Bini Smaghi ainda se recusar a sair do conselho do BCE", disse Gilles Moec, economista-chefe da zona do euro para o Deutsche Bank.

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