
Mimmo, o golfinho famoso por habitar as águas da Lagoa de Veneza, se recusa a deixar a Bacia de San Marco, apesar do risco de ser atingido por barcos, e continua a encantar os turistas com suas brincadeiras.
A Capitania dos Portos conseguiu conduzir o cetáceo até águas mais profundas utilizando um sonar para induzi-lo a nadar até as portas do Mar Adriático, na esperança de que ele deixasse de vez a região, porém assim que a “escolta” retornou à base, Mimmo deu meia-volta e retornou à lagoa que banha o centro histórico de Veneza.
O mamífero foi detectado na área em julho, porém suas aparições se tornaram mais frequentes a partir de outubro, despertando a curiosidade das pessoas que frequentam Veneza todos os dias.
Embora a passagem de golfinhos-nariz-de-garrafa – espécie à qual Mimmo pertence – pelo ecossistema que cerca a capital do Vêneto não seja tão rara, o fato incomum é que este exemplar tenha decidido, há mais de um mês, mudar-se para uma das zonas mais barulhentas e com maior densidade de embarcações em Veneza.
Sua presença catalisou a atenção de curiosos, turistas e também de ativistas dos direitos dos animais e especialistas preocupados com a saúde do cetáceo, que corre o risco de ser ferido pelas hélices das embarcações — em algumas ocasiões, vaporettos tiveram de manobrar em cima da hora para evitar uma colisão.
Pesquisadores da Equipe de Resposta de Emergência a Cetáceos da Universidade de Pádua já observaram alguns ferimentos na espinha dorsal de Mimmo. Agora os especialistas estudam a hipótese de instalar sonares fixos para criar uma espécie de barreira permanente contra a presença do golfinho na Bacia de San Marco.



