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Governo diz que “não se esqueceu” de italiano preso na Venezuela

O vice-premiê da Itália e ministro das Relações Exteriores, Antonio Tajani, afirmou que Roma “continua a trabalhar” para que o voluntário vêneto Alberto Trentini seja libertado da prisão na Venezuela.

“O caso Trentini é muito importante para nós e estamos trabalhando incansavelmente por sua libertação”, disse Tajani durante uma entrevista ao Messagero Veneto.

O vice-premiê explicou que libertar italianos pelo mundo não é fácil, já que “a situação muda em cada país”.

“No Irã, por exemplo, [a jornalista] Cecilia Sala [detida em 2024] foi libertada logo, assim como [a nômade digital] Alessia Piperno [presa em 2022], enquanto outros reféns franceses só foram liberados anos depois”, falou o ministro, acrescentando que “para Trentini, o contexto é outro”.

Na Venezuela, “a situação é diferente, talvez ligada a questões internas, mas principalmente devido à conjuntura internacional que presencia um confronto muito difícil entre Caracas e Washington”, refletiu Tajani sobre a crescente tensão no Caribe.

O vice-premiê também esclareceu que “a diplomacia de reféns exige discrição”.

“Mas a família Trentini precisa saber que estamos trabalhando e continuaremos: não nos esquecemos dele”, concluiu o ministro, citando ainda a “libertação recente de dois italianos pelo governo venezuelano”, sendo Amerigo De Grazia e Margarita Assenza, em agosto deste ano.

Os dois permaneceram em uma prisão do país sul-americano por pelo menos um ano.

Nos últimos dias, a mãe de Trentini, Armanda Colusso, acusou o governo italiano de não ter avançado no processo de negociação para trazer seu filho de volta.

“Até agosto, nosso governo não teve contato com o governo venezuelano. Isso mostra o quão pouco fizeram pelo meu filho. Estou aqui, depois de 365 dias, para expressar minha indignação. O que deveria ter sido feito não foi feito. Fui paciente e educada demais, mas agora minha paciência acabou”, declarou Colusso em pronunciamento no Palazzo Marino, em Milão.

Ela acrescentou que recebeu três telefonemas da primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, e que está em contato com o enviado especial para italianos em Caracas. Contudo, ainda não houve avanços em relação ao caso.

Trentini, natural de Veneza, desembarcou em Caracas em outubro de 2024 para uma missão com a ONG Humanity and Inclusion, com o objetivo de levar ajuda humanitária a pessoas com deficiência. No entanto, o europeu foi detido no mês seguinte, enquanto se deslocava da capital venezuelana a Guasdualito. 

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