
O governo da Itália anunciou um decreto que facilita a concessão de vistos de trabalho para descendentes de italianos em sete países, inclusive o Brasil. A medida elimina as cotas anuais para esses trabalhadores. Essa ação visa responder à escassez de mão de obra devido ao envelhecimento da população italiana.
Os descendentes de italianos qualificados deverão comprovar sua ascendência e possuir um contrato de trabalho ativo na Itália. Além do Brasil, os países beneficiados incluem Argentina, Estados Unidos, Austrália, Canadá, Venezuela e Uruguai.
O Brasil conta com cerca de 919 mil cidadãos italianos registrados no Cadastro de Italianos Residentes no Exterior (AIRE), segundo o Ministério das Relações Exteriores da Itália.
A escolha dos países contemplados baseou-se no número de cidadãos italianos registrados no AIRE. O Brasil é o segundo maior contingente, logo após a Argentina.
A estratégia do governo italiano busca atrair trabalhadores que possuem vínculos culturais e familiares com o país. Isso pode ajudar a aliviar a pressão sobre o mercado de trabalho local.
Os brasileiros beneficiados pela nova regra poderão obter o visto de trabalho, que permite apenas trabalhar na Itália, sem garantir cidadania. A legislação italiana de 2025 restringiu a cidadania a descendentes de apenas duas gerações (filhos e netos).
Esta lei está atualmente em debate judicial, e qualquer mudança pode reabrir o caminho para gerações mais distantes requisitarem cidadania.
A flexibilização dos vistos ocorre enquanto a Itália discute sua política de cidadania. A Corte Constitucional da Itália deve julgar a constitucionalidade da lei que limita o reconhecimento da cidadania em março de 2026. Até lá, os descendentes mais distantes seguirão sem o direito à cidadania.



