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Cidade de Veneza escapa de inclusão em lista de patrimônios em risco da Unesco

O Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco, reunido em Riad, na Arábia Saudita, decidiu, por unanimidade, não incluir a cidade de Veneza, no norte da Itália, na lista de patrimônios em risco.

O grupo decidiu prolongar o prazo até o dia 1º de fevereiro de 2024 para a Itália desenvolver mais medidas de conservação após ter avaliado positivamente o seu atual plano.

Apesar de “salvar” a cidade da lista de bens em risco, o Comitê expressou “a sua preocupação com os importantes desafios que ainda precisam ser enfrentados para a conservação adequada” de Veneza.

Desta forma, foi pedido para a Itália convidar uma missão consultiva do Centro do Patrimônio Mundial, braço da Unesco, para acompanhar os progressos que devem ser analisados na próxima sessão, no verão do próximo ano.

“Na Unesco, graças ao trabalho em equipe do governo italiano e de Veneza, alcançamos o sucesso internacional da cidade lagunar. Continuamos a trabalhar para o forte relançamento do patrimônio cultural e do turismo na Itália”, comemorou o vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, na rede social X (antigo Twitter).

A medida também foi celebrada pelo ministro da Cultura da Itália, Gennaro Sangiuliano, que reforçou que “o trabalho realizado pela pasta em conjunto com o Ministério das Relações Exteriores, a região do Vêneto, do munícipio e as instituições locais impediu uma manobra puramente política indevida”, e pelo prefeito de Veneza, Luigi Brugnaro.

“Esta é a demonstração de como foram reconhecidos por todos os esforços que estamos a desenvolver, a todos os níveis institucionais, para a proteção de Veneza, e que a proposta de incluíla na lista de perigos era muito política e pouco técnica”, afirmou Brugnaro.

Segundo o prefeito da “Sereníssima”, foi criado “um sistema para valorizar todas as ações, traduzidas em atos administrativos e investimentos econômicos para o futuro de Veneza”.

Em julho passado, a Unesco chegou a recomendar a inclusão de Veneza na lista de patrimônios da humanidade em perigo e apelou para as autoridades italianas intensificarem os esforços para proteger a cidade histórica.

Na ocasião, o Centro do Patrimônio Mundial, braço da Unesco, justificou a medida dizendo que “os efeitos da deterioração contínua devido à intervenção humana, incluindo o desenvolvimento contínuo, os impactos das mudanças climáticas e o turismo em massa correm o risco de causar mudanças irreversíveis no valor universal excepcional do bem”.

O pedido foi feito porque as medidas propostas pelo governo italiano haviam sido classificadas como “insuficientes”. O objetivo era incentivar a melhor prevenção do patrimônio para o futuro. Na tentativa de receber uma chance da Unesco, a prefeitura de Veneza apressou a aprovação do novo regulamento para cobrar um “ingresso” para quem quiser acessar a cidade a partir da primavera de 2024.

O “ticket” de acesso foi inspirado nas “taxas de desembarque” aplicadas em algumas ilhas italianas e tem como principal objetivo criar um impedimento para os fluxos indiscriminados de turistas que inundam Veneza.

Por outro lado, uma petição assinada por mais de 4 mil cidadãos venezianos foi enviada para a diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, e aos 21 membros do Comitê do Patrimônio Mundial para defender a inclusão de Veneza na lista de patrimônios da humanidade em perigo.

O documento, disponibilizado na plataforma change.org, ressaltava que “a Veneza que tantos viajantes, livros e filmes contaram e fizeram o mundo inteiro amar está a desaparecer”.

“A cidade hoje é cada vez mais atingida por massas de turistas que obstruem suas ruas, pontes e transportes públicos, colocando em risco a segurança das pessoas”, especificou a carta.

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