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GRAVE CRISE ECONÔMICA: Número de empresas falidas bate recorde na Itália

Todos os dias do ano passado, incluindo domingos e feriados, 31 empresas predominantemente pequenas, levaram seus livros de contabilidade perante os tribunais para anunciar sua falência e fechamento em uma Itália cada vez mais sombria.

São as sequelas dramáticas da crise em um país em recessão técnica há vários meses e que não sairá desse estado de letargia, sem crescimento, até o início de 2013, de acordo com as leituras técnicas mais promissoras.

"O pior da crise já passou", disse há poucos dias e reforçou o premier Mario Monti, que defende uma reforma trabalhista que encontra uma forte resistência dos sindicatos, mas que Bruxelas aplaude e incentiva.

Só na Lombardia, com a outrora opulenta capital de Milão, fecharam 2.613 empresas, uma catástrofe para a região norte do país, normalmente a mais poderosa economicamente falando.

O número representa quase um quarto do total de empresas fechadas pela crise no ano passado e que atingiu 11.615, com cerca de 50 mil postos de trabalho pulverizados, de acordo com dados da câmara do setor (CGIA).

Segundo os empresários, este é o pior ano dos quatro de crise, porque são dados que superam o número de fechamento de empresas locais acumuladas ano após ano desde 2008.

Para Giuseppe Bortolussi, secretário-geral da Associação de Artesãos, "três vírus mortais" atacaram as pequenas e médias empresas, que "são o motor ocupacional e econômico do país". Nomeadamente, os três flagelos dramáticos para as empresas foram "a derrubada do crédito, o atraso dos pagamentos a partir da venda das mercadorias, e a terrível queda da demanda doméstica por produtos".

De acordo com dados obtidos pela CGIA, uma média de uma em cada três falências de empresas ocorreram por atrasos no pagamento das vendas realizadas pelas empresas. Um total de 3.600 quebrou devido à falta de pagamento.

O colapso de um empreendedor não é só econômico, afirma um documento da CGIA. "A pessoa que quebra com sua empresa interpreta a questão como um fracasso pessoal, o fracasso do trabalho de uma vida", explica o relatório, que imediatamente nos remete ao pequeno empresário que ateou fogo em si mesmo em Verona, desesperado pela falência de seus negócios.

"A onda de suicídios e tentativas de suicídio registrada entre os pequenos empresários nos últimos meses prova que o problema não é apenas de negócios. Só na última semana um em Bolonha e outro em Novara tentaram tirar suas vidas por razões econômicas", disse Bortolussi.

O empresário pediu a intervenção do Estado, convidando-o a "responder à emergência" e disse que o governo técnico de Monti "deve criar um fundo de solidariedade para correr em socorro quando se detecta um corte de liquidez".

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