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Berlusconi anuncia primárias para escolher candidato de centro-direita para as próximas eleições

Berlusconi, que intervinha num programa de um dos canais de televisão de que é proprietário, Canale 5, não mencionou se também será candidato a estas primárias.

"Vamos eleger um candidato com um sistema eleitoral baseado no que é utilizado nos Estados Unidos e no qual participam todos os cidadãos que assim o desejam", assegurou.

Durante o programa, Berlusconi desmentiu a existência de um acordo com os sócios da Liga do Norte para antecipar as eleições para 2012, como publicaram alguns meios de comunicação.

"A Itália precisa de estabilidade e convocar eleições significaria ir contra os interesses do país (…). Forçar a queda do governo e iniciar uma campanha eleitoral com um prazo de governabilidade de seis meses seria um dano grvissimo para Itália e para os italianos", acrescentou o primeiro-ministro.

Sobre a hipótese de formar um governo de unidade nacional, Berlusconi afirmou que significaria "uma paralisia politica", fechando assim qualquer hipótese de acordo com a oposição que há meses pede a demissão de Berlusconi e apela para a formação de um executivo técnico.

Comentando a ameaça dos três maiores sindicatos do país de convocar uma greve geral caso sejam aprovadas normas para facilitar os despedimentos, Berlusconi sublinhou que o objetivo é "incentivar as contratações e não os despedimentos".

Berlusconi adiantou que o Estado se compromete a aumentar as ajudas ao desemprego para que os trabalhadores "tenham a garantia de continuarem a ser pagos enquanto procuram um novo trabalho".

A aprovação de medidas para facilitar os despedimentos às empresas em crise é um dos pontos incluídos na carta de intenções que Berlusconi entregou à Comissão Europeia, que pediu a Roma reformas para combater a crise e limitar o endividamento.

Durante a entrevista, Berlusconi voltou a pedir ao italiano Lorenzo Bini Smaghi, membro do diretório do Banco Central Europeu (BCE), para se demitir.

Com a mudança da presidência do BCE a partir de 1 de novembro, o também italiano Mário Draghi vai suceder ao francês Jean-Claude Trichet, provocando a fúria de Paris por ficar sem representantes neste organismo, enquanto a Itália fica com dois.

"Comprometemo-nos para que houvesse uma representação francesa na direção do BCE. Por isso trata-se de uma situação desagradável e esperamos que Bini Smaghi sinta a responsabilidade de Estado", adiantou.

Bini Smaghi foi um dos nomes que circulou para substituir Draghi no Banco de Itália, mas depois da nomeação de Ignazio Visco para este cargo, não parece ter intenção de deixar o cargo no BCE.

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