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IMPASSE POLÍTICO: Itália está sem solução de governabilidade


O líder antissistema Beppe Grillo reiterou sua recusa firme de formar um governo na Itália, onde também interveio o presidente Giorgio Napolitano que, diante da gravidade da situação, destacou "a impossibilidade de convocar antecipadamente" o novo Parlamento, após as últimas eleições.

"A impossibilidade de antecipar a convocação do Parlamento em relação à data prevista de 15 de março, ainda dá uma ampla margem para uma rentável fase preparatória de consultas do Chefe de Estado para a formação do governo", disse Napolitano.

Com esta declaração emitida pela Presidência, Napolitano respondeu aos pedidos de acelerar os tempos na tentativa de chegar ao surgimento de um governo, missão que por enquanto é impossível. O novo Parlamento se reunirá assim em 15 de março, dando tempo aos partidos políticos de pelo menos tentar encontrar uma solução para o quebra-cabeça atual.

Após a última eleição, o país ficou dividido em três grandes forças políticas: a centro-esquerda de Pierluigi Bersani, a centro-direita deSilvio Berlusconi e o Movimento Cinco Estrelas (M5S, da sigla em italiano) encabeçado por Beppe Grillo, o grande vencedor do pleito.

Bersani obteve a maioria absoluta na Câmara dos Deputados, mas não no Senado, onde espera receber apoio do M5S. No entanto, Grillo reiterou que não votará a confiança para nenhum partido.

Grillo disse que "o M5S não dará a confiança para um governo técnico". "Não existem governos técnicos, mas apenas governos políticos apoiados por maioria parlamentar", afirmou categoricamente.

"O Executivo de Mario Monti foi o governo mais político do pós-guerra, nenhum havia colocado em discussão, por exemplo, o Artigo 18 em defesa dos trabalhadores", observou ele em seu blog.

De um ponto de vista constitucional, Napolitano pode agora acionar as consultas exploratórias para formar um Executivo, mas deve esperar a formação das duas Câmaras e outros passos institucionais, tais como a eleição dos presidentes do Parlamento, a formação de comissões, etc.

Bersani reuniu a direção do Partido Democrata (PD) para avaliar com os seus dirigentes mais próximos a possibilidade de formar um governo de minoria, com o possível apoio do M5S caso por caso.

No começo da semana o premier demissionário Mario Monti convidou Bersani, Berlusconi e Grillo a conversarem separadamente para chegar a uma posição comum, em vista da cúpula europeia de 14 de março.

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